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Clima poderá afetar safra de maçã no país

A próxima safra de maçã, que será colhida no início de 2008, deve ter uma produção similar ou um pouco abaixo do ciclo passado


A próxima safra de maçã, que será colhida no início de 2008, deve ter uma produção similar ou um pouco abaixo do ciclo passado. Pesquisador da Epagri e presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura, José Luiz Petri, estima uma safra entre 850 mil e 900 mil toneladas. Na safra 2006/07, de acordo com dados revisados da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), foram produzidas 993,2 mil toneladas da fruta.

A ABPM ainda não faz previsões para 2008. O vice-presidente da associação, Laor da Silva, diz que não há uma situação homogênea nas áreas produtivas até agora. Ele afirma que o Planalto Sul catarinense, onde estão cidades como São Joaquim, e a região de Vacaria (RS), por exemplo, poderão ter produção inferior à média dos últimos anos, mas Fraiburgo (SC) poderá ter um desempenho muito bom.

São Joaquim e Vacaria sofreram com chuva em excesso no período de floração dos pomares, que prejudicou a polinização pelas abelhas. Além disso, Petri destaca que em alguns pomares de maçã ocorre a bianualidade, principalmente da variedade Fuji, que depois de um ano de boa produtividade, deve apresentar queda devido ao excesso de produção e clima ruim na floração.

A Rasip, de Vacaria, estima que a nova safra será similar à anterior, quando sua produção própria alcançou 28 mil toneladas. Anderson Tholozan, gerente comercial da Rasip, diz que houve um bom inverno - com quantidade de frio próxima ao ideal, que é de 700 horas abaixo de 7,2º C - e uma boa florada. "Essa não será uma supersafra porque houve excesso de chuva e há plantação de pomares novos, com empresas fazendo a reconversão, o que em um primeiro momento diminui a produtividade".

A Renar, de Fraiburgo, também estima uma safra perto do que foi produziu anteriormente, entre 28 e 30 mil toneladas. Ricardo Secchini, diretor de produção, diz que o granizo que caiu até agora em SC não atingiu os pomares da empresa, mas mesmo assim, a Renar decidiu fazer um seguro agrícola, pela primeira vez, no valor de R$ 750 mil para se proteger de possíveis novas chuvas de granizo. O seguro cobre perdas de até R$ 15 milhões.

Mas para a Associação dos Produtores de Maçã de Santa Catarina (Amap), a safra deve diminuir. Na região de São Joaquim e seu entorno, onde representa cerca de 2 mil produtores, a entidade estima produção em 150 mil toneladas contra 279 mil toneladas na safra 2006/07, ainda em comercialização.

Rogério Pereira, presidente da Amap, diz que as previsões são mais pessimistas porque houve excesso de chuva na florada em parte da região, além de frio fora de hora. "As empresas já estão correndo atrás do produtor querendo se garantir. Há locais em que a produção deverá ficar 30% menor do que o esperado. 2007/08 será a safra do produtor", diz ele, que espera uma recuperação dos preços. Segundo a Amap, o produtor recebeu R$ 0,40 em média pelo quilo na safra 2006/07. Na safra anterior, tinha recebido R$ 0,60.

No mercado externo, a produção brasileira poderá ter espaço maior em 2008. A razão é a queda de 13% na safra da Europa, o que pode abrir gerar demanda por produtos de outros países como o Brasil. Além disso, estima-se, no mercado, de que a safra da China também deverá ser 30% menor.

No ano passado, o Brasil exportou 112 mil toneladas. O preço em dólar foi de US$ 0,61 o quilo, melhor do que o obtido em média nos quatro anos anteriores, de US$ 0,49. No entanto, as empresas exportadoras reclamam que a valorização do real ante o dólar afeta a rentabilidade do setor.

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