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Clima provoca alta nas hortaliças no Paraná

Alguns produtos tiveram aumento de mais de 100% nos preços


As constantes chuvas que atingem o Paraná desde o início do ano trouxeram reflexos negativos para os consumidores. Além da alta dos preços, em alguns casos de mais de 100%, a qualidade das hortaliças foi prejudicada. Na Central de Abastecimento de Londrina (Ceasa) - que negocia hortifruti no atacado - os preços têm sido reajustados constantemente desde os primeiros dias do ano. Os produtos que mais tiveram altas em seus preços foram abobrinha verde, chuchu, alface, couve-flor e pepino.

Na Ceasa nessa terça-feira (09-01) o almeirão teve seu custo aumentado em 23%. De R$ 0,67 o maço, o preço saltou para R$ 0,83. O tomate rasteiro também teve seu preço reajustado em 36%. A caixa de 21 quilos foi negociada ontem por R$ 30, quando na segunda-feira o preço era R$ 22. "O tomate rasteiro está começando a faltar por causa da entressafra e as chuvas prejudicam mais porque os frutos apodrecem", comentou Luiz Alberto Sovierzoski, do setor de Estatísticas da Ceasa.

Segundo ele, se as chuvas persistirem na região o tomate irá faltar. Neste caso, o mercado terá que ser abastecido pela hortaliça produzida em Santa Catarina. Nos sacolões, quitandas e supermercados a alta de preços no atacado já foi sentida. Em alguns casos o preço no varejo já subiu mais de 50%. "A qualidade dos produtos caiu desde que começou a chover", confirmou o vendedor Paulo Celeste Ramos. Segundo ele, a couve-flor foi um dos produtos mais prejudicados pela chuva.

O funcionário de outro estabelecimento Ivan Rodrigo dos Santos afirmou que houve um aumento de preços nas folhagens. "A qualidade das hortaliças caiu. Alguns clientes reclamam, mas outros já sabem que é por causa da chuva", comentou. A universitária Sandra Aparecida Pereira percebeu a queda na qualidade dos produtos e o aumento de preços. "Fiquei fora um mês e não estou acompanhando os preços, só percebi que subiram. Também tem produtos que não estou encontrando", disse. A professora Regina Lopes também percebeu um aumento de preços. "No geral tudo subiu, mas é por causa do clima de sol quente e muita chuva", observou.

Agricultura - Segundo levantamento feito pelo Departamento de Economia Rural (Deral) de Londrina - órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) - por enquanto a chuva está trazendo prejuízos apenas para a horticultura. "Há dificuldade de aplicação de fungicidas mas o produtores estão colhendo as hortaliças mesmo na chuva, e as plantas estão com aspecto mais feio", comentou Rosângela Zaparoli Veira, engenheira agrônoma do Deral. Para as lavouras de soja e milho e para as pastagens as chuvas são benéficas porque as plantas estão na fase de floração e granação.

"O que está ocorrendo é que as chuvas têm impedido a aplicação de fungicidas e inseticidas, que atuam no controle de doenças", explicou Rosângela. Segundo ela, a última aplicação de fungicidas foi feita durante o período do Natal, o que por enquanto tem contribuído para o não surgimento de pragas ou doenças. Já as lavouras de café estão em um período crítico devido à dificuldade de aplicação de defensivos. De acordo com a engenheira agrônoma, em alguns casos já há o surgimento da ferrugem e da broca.

Perdas, até agora, foram registradas nas lavouras de feijão. Embora ainda não tenha sido calculada já foi constatado que haverá uma produção menor do que o esperado. O problema está ocorrendo porque os agricultores não estão conseguindo fazer a colheita e, devido às chuvas constantes, a planta está rebrotando no pé. A produção de leite está sendo afetada devido à dificuldade de escoar a produção. "No geral, as estradas rurais do município estão ruins e isso tem levado alguns produtores e perder o leite", disse.

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