Clima reduz o ritmo de evolução das lavouras de milho

A colheita das áreas ocorre de maneira lenta devido ao clima, que reduz o ritmo de evolução das plantas. A atenção dos produtores se volta para a finalização da colheita de soja. As lavouras de safrinha apresentam ótimo aspecto. Na regional de Bagé, em Santa Margarida do Sul, os produtores que fizeram plantio tardio para silagem/grão estão com alta expectativa tanto na quantidade como na qualidade.

Em Hulha Negra, os cultivos estão 15% em fase de enchimento dos grãos; 75% na fase dematuração; e 10% colhidos. Já na Fronteira Oeste, em Maçambará, os produtores intensificam o planejamento do próximo plantio de milho a partir da correção e do preparo de solo com semeadura de plantas de cobertura, principalmente de aveia e/ou nabo forrageiro. Na de Caxias do Sul, desde a segunda quinzena de abril, as condições climáticas são desfavoráveis ao bom andamento da colheita, o que tem atrasado a operação, principalmente nas áreas mais íngremes que necessitam de vários dias de tempo seco para que as máquinas possam entrar na lavoura. As áreas que ainda estão por colher se localizam principalmente na região das Hortênsias e na faixa mais ao leste da Serra e Campos de Cima da Serra.

Nas de Frederico Westphalen e Santa Maria, segue a colheita. O milho safrinha está com melhor produtividade. Na regional de Soledade, a colheita está em 75%. As demais estão em fase de enchimento de grãos, e algumas em maturação fisiológica. Algumas lavouras tardias tiveram tombamento em função dos fortes ventos ocorridos no início da semana, no entanto os prejuízos em geral não são significativos.

Na de Ijuí, as lavouras de milho que restam a serem colhidas estão em fase de maturação, e a perda de umidade do grão está muito demorada. Os produtores esperam a sinalização de recebimento do produto por parte das cerealistas e das cooperativas para finalizar a colheita. Na de Pelotas, a colheita acontece de maneira contínua, porém lentamente. No início da semana, a chuva dificultou a atividade. Na região, 52% das lavouras estão colhidas. As precipitações seguem favorecendo o desenvolvimento do milho nas lavouras que ainda estão nos estágios vegetativos, em florescimento e em enchimento de grãos. Não houve perdas significativas de lavouras por danos decorrentes das primeiras geadas na região. A produtividade das áreas colhidas está inferior a 4.800 kg/ha.

Na regional de Santa Rosa, as áreas de milho safra e safrinha totalizam 123.185 hectares, sendo que as lavouras da safra já estão colhidas, representando 89%. Os 11% restantes são de safrinha, destes 6% se encontram em fase de enchimento de grão, 4% em maturação do grão, e 1% colhido. As lavouras de milho safrinha apresentam excelente visual, com perspectivas de colheita para o final de maio, além da boa produtividade, ou seja,
superior a 6.000 kg/ha. Entretanto, o tempo nublado e as baixas temperaturas da última semana diminuem a maturação das plantas, retardando o processo. Há a preocupação com as geadas, que podem prejudicar muito a produtividade dessas lavouras. Em algumas, foi constatado novamente o problema do enfezamento, porém de forma bem menos intensa do que no ano anterior. 

Comercialização (saca de 60 quilos)

Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço da saca de milho teve redução de -0,61, de R$ 85,23 para R$ 84,71. O preço para o produto disponível em Cruz Alta está em R$ 95,00. 

Milho silagem

Na regional de Ijuí, o milho destinado à confecção de silagem está em pleno corte. Houve grande preocupação dos produtores com a possibilidade de geadas entre os dias 18 e 21/05, o que não aconteceu. A ocorrência de geadas neste período pode interromper o desenvolvimento das plantas e comprometer a qualidade do produto ensilado. Na de Bagé, o rendimento das lavouras é de 22 t/ha. Em Hulha Negra, a colheita designada à silagem avançou para 90% das lavouras. Na de Pelotas, a produtividade está entre 20 e 25 t/ha.

Na de Erechim, a colheita de silagem foi concluída; a produtividade é de 19 t/ha; e as perdas são de 51%. Segue a colheita da safrinha, para a qual foram implantados em torno de 10.000 hectares; a produtividade é de 35 t/ha. Na de Soledade, segue o corte, mas há a preocupação com possíveis geadas. Na de Santa Rosa, a área de milho safrinha para silagem é maior do que a cultivada para grãos na safra. As lavouras estão com bom aspecto, e os produtores antecipam o corte devido à preocupação com a possibilidade de geadas.

A expectativa é de boa produtividade de silagem, aliviando as dificuldades de disponibilidade de volumoso para a alimentação do rebanho bovino. Muitas áreas de milho safrinha para silagem que foram cortadas e ensiladas apresentaram produtividade de 30 a 40 t/ha.