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CNA acredita que embargo russo deve terminar em breve


O embargo russo à compra de carnes brasileiras deve ser derrubado dentro de pouco tempo, pois a proibição não conta com sustentação técnica que justifique a aplicação da medida. A avaliação é do presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.

Para o representante da CNA, foi surpresa o fato de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não ter anunciado a suspensão do embargo durante sua visita ao Brasil. Por outro lado, explica Nogueira, a missão técnica russa que avalia as condições sanitárias brasileiras ainda não concluiu os trabalhos, o que impossibilitou a emissão de um parecer definitivo que permitisse a retomada das compras de carnes brasileiras.

Segundo avalia Nogueira, o embargo deve acabar em breve e a Rússia vai continuar sendo o principal destino das exportações brasileiras de carnes. Entre janeiro e outubro, a Rússia comprou 127,2 mil toneladas de carne in natura brasileira, em negociações que movimentaram US$ 196 milhões.

Na prática, a Rússia representou 12% das receitas de exportação de carne bovina no período e 17% do volume enviado ao Exterior. Em segundo lugar ficou a Holanda, com compras de 42 mil toneladas de carne in natura, gerando receitas de US$ 187,5 milhões. O terceiro maior comprador de carne bovina in natura do Brasil nos dez primeiros meses deste ano foi o Chile, com movimentação de 88,4 mil toneladas, ou US$ 170 milhões.

Na comparação com os dez primeiros meses do ano passado, as exportações de carne bovina in natura para a Rússia cresceram 162%, em receita (na comparação com os US$ 74,7 milhões de igual período do ano passado) e 147%, em volume (frente as 66 mil toneladas, do ano passado).

Os países da União Européia, em conjunto, foram responsáveis por 35% das receitas de exportação de carne bovina brasileira in natura nos dez primeiros meses deste ano, ou seja, compraram US$ 560 milhões, valor relativo a 144,5 mil toneladas.

O embargo russo, em vigor desde 20 de setembro, não prejudicou os resultados de outubro, pois houve acordo para permitir o embarque das quantidades já contratadas até aquela data.

Com isso, no mês passado o Brasil exportou para a Rússia 17,6 mil toneladas de carne bovina in natura, sendo o principal destino das exportações do setor. “Certamente o embargo será resolvido em breve, assim que a missão técnica russa concluir suas avaliações, percebendo que a área onde foi registrado foco de febre aftosa, no Amazonas, não representa risco de contágio para outras áreas nas quais a doença já foi erradicada”, diz Nogueira.

Para o representante da CNA, o Brasil precisa aproveitar o atual estágio de negociações para ampliar a cota de exportação para a Rússia, atualmente limitada a 68 mil toneladas. As vendas acima da quota tarifária estão sujeitas a tarifa de 60%, não inferior a 600 euros por tonelada. “O Brasil está apoiando a entrada da Rússia na OMC, mas deve solicitar também melhores condições de acesso a mercado”, afirma o representante da CNA.

Atualmente, explica Nogueira, o Brasil está utilizando cotas que não estão sendo utilizadas por outros países, como os Estados Unidos, que deixaram de exportar depois da ocorrência de casos da doença da “vaca louca”. Em cenários de maior oferta mundial, o Brasil teria acesso limitado ao mercado russo. A melhor solução, aponta Nogueira, seria o fim das cotas para a as carnes brasileiras.

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