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CNI projeta alta de 4,5% do PIB em 2004


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor de 4,5% em 2004. De acordo com o relatório Economia Brasileira - Desempenho e Perspectivas, divulgado ontem pelo presidente da entidade, deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), o crescimento do PIB ficará em 3,5% em 2004. A estimativa para 2003 é de estagnação.

Para garantir esse desempenho, Monteiro Neto reivindicou que o Comitê de Política Monetária reduza em dois pontos percentuais a taxa Selic na reunião de hoje, para 15,5%. Com juros nesse patamar, disse, seria possível consolidar as bases para um crescimento mais robusto a partir de janeiro. "Eu acho que se a redução da Selic for de um ponto percentual, nós teremos uma grande frustração. Acho que há espaço para uma redução bem maior do que esta. Eu ainda aposto numa redução de dois pontos percentuais."

A CNI projeta para 2004 um crescimento de 3% do nível de emprego. O desemprego cairia para 11,1% da população economicamente ativa. O superávit da balança comercial seria de US$ 19 bilhões em 2004 (são esperados US$ 24 bilhões em 2003). Essa redução refletiria o aquecimento da demanda doméstica, que aumentará as importações. A CNI prevê um déficit em conta corrente de US$ 5 bilhões para o ano que vem, frente a um superávit de US$ 3 bilhões para o atual exercício.

Sobre as relações com o governo federal, o deputado reclamou maior interlocução, que neste ano teria passado por "altos e baixos". Como um exemplo de período "baixo" ele citou a definição dos conceitos da política industrial, que não foi compartilhada com o setor. "Nós falamos com o ministro Luiz Fernando Furlan (do Desenvolvimento) que agora, na definição dos instrumentos dessa política, é fundamental que haja uma maior interlocução com o setor", reiterou.

Monteiro Neto elogiou a "agenda econômica" do governo neste ano, por ter sido a agenda do "bom senso". "Não havia espaço, a meu ver, para se conduzir a política macroeconômica de outra forma", avaliou. "É evidente que isso impôs um custo alto, de não crescer, mas de qualquer forma, eu acho que o governo fez as opções corretas", disse.

Para 2004, ele defendeu um foco na política microeconômica, com ações para reduzir o spread bancário, criação do cadastro positivo, além de mudanças na legislação tributária infra-constitucional que desonere o comércio de bens de capital. "A agenda microeconômica é muito mais complexa, muito mais densa. Se não for feita em parceria com o setor privado, os resultados serão menos satisfatórios".

O presidente da CNI pediu definições dos marcos regulatórios para que haja investimentos do setor privado em infra-estrutura. Sobre o novo modelo do setor elétrico, apresentado na semana passada, ele observou que o normativo pode "não ser o ideal". Para ele, o novo modelo tem um forte viés "intervencionista", apesar de respeitar os contratos já assinados. Mas ponderou que ainda é cedo para afirmar se esse viés prejudicará os investimentos.

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