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Cocamar faz economia milionária com bagaço

Resíduo da cana vira energia elétrica em usina da cooperativa


Resíduo da cana vira energia elétrica em usina da cooperativa. Conta mensal de luz caiu de R$ 2 milhões para R$ 500 mil


A produção de energia elétrica com bagaço de cana trouxe economia de R$ 13 milhões em 2011 para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá. Esse é o valor que a empresa teria de gastar na compra da eletricidade que produziu aproveitando resíduos da indústria de etanol e açúcar no ano passado. A usina, em funcionamento desde 2009, é pioneira e gera 13 MW por hora, o suficiente para abastecer um município de 70 mil habitantes.


A economia chega a R$ 1,5 mil por mês, considerando-se o histórico da conta da eletricidade comprada pela cooperativa. Em 2008, a fatura mensal era de quase R$ 2 milhões. Em 2011, caiu para R$ 500 mil.

A ideia dos cooperados era ter uma fonte própria de energia para evitar riscos de apagões, já que a cooperativa possui 11 plantas industriais (fábricas e indústrias) operando durante o dia e a noite.

“Tínhamos uma fonte de energia em grande quantidade na região, que é o bagaço da cana, e muita vontade de gerar eletricidade própria. O que fizemos foi investir. Buscamos ideias de usinas de cana e agora estamos colhendo os resultados”, disse o superintendente da Cocamar, Arquimedes Alexandrino.

Para saber se compensa produzir ou comprar energia da Copel, engenheiros da Cocamar fazem cálculos permanentemente. Se o preço do bagaço somado aos custos da produção de energia for maior que o valor comercial da eletricidade, a cooperativa prefere comprar da estatal. Caso contrário, ativa sua usina.

“Até hoje não tivemos nenhum mês em que foi mais viável comprar energia do que produzir. Temos o bagaço da cana em abundância na região Noroeste e isso torna a operação rentável”, afirmou o supervisor de Produção de Energia da Cocamar, Fernando Borges Santos.

Uma das metas da cooperativa para este ano é vender energia elétrica para a Copel, principalmente nos meses em que o complexo industrial não funcionar com a sua capacidade máxima. “Nossas indústrias não trabalham o ano todo e, em alguns meses, paramos para manutenção (...) Nossa usina não para”, disse o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço.


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O bagaço da cana-de-açúcar é abundante na região de Maringá pela concentração de canaviais e usinas de açúcar e etanol. As principais vantagens do resíduo são o baixo custo de operação, a facilidade de armazenamento e transporte e a eficiência energética. O bagaço é fonte de energia renovável e seu aproveitamento reduz a emissão de gases poluentes.

A Cocamar recebe mais de 700 toneladas de bagaço de cana por dia. Em alguns períodos do ano, a cooperativa utiliza o cavaco (restos de eucalipto) no lugar do bagaço de cana, já que a usina suporta a queima de outros tipos de biomassa, incluindo casca de arroz e resíduos da soja.

Segundo Alexandrino, os R$ 13 milhões economizados na conta de energia elétrica em 2011 cobriram os custos da usina com folga de R$ 5 milhões. “Esse valor é o resultado final. É como se fosse o lucro das operações. A operação é altamente rentável, desde que a empresa esteja preparada para isso e a fim de investir pesado”, disse.

Conforme o executivo, para se implantar uma termoelétrica é preciso pesquisar primeiro o preço da biomassa. “O essencial para se ter resultado é ter bem definida a fonte de energia que será utilizada.”

A Cocamar instalou a termoelétrica em seu próprio parque industrial. A usina custou cerca de R$ 35 milhões. Com lucro de R$ 5 milhões ao ano, o investimento se paga em sete anos.

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