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Coinbra opera sexta fábrica esmagadora de soja no país



A Coinbra, empresa do grupo francês Louis Dreyfus, inaugurou na sexta-feira (05-03) mais uma fábrica esmagadora de soja, no município de Alto Araguaia, no Mato Grosso, na divisa com Goiás, e à beira do Terminal da Ferronorte. A nova unidade processadora, a sexta do grupo, ampliará a sua capacidade total de esmagamento para mais de 10 mil toneladas de grãos por dia, na medida em que outras duas indústrias – em Goiás e no Paraná - acabaram de ser ampliadas. Os investimentos totais da Coinbra nas divisões de soja, de suco de laranja e de cana-de-açúcar recém-terminados somaram R$ 267 milhões, disse Kenneth Carson Geld, presidente do grupo no País. Segundo ele, essa ampliação é justificada pelo aumento da demanda mundial, sobretudo da China, cujo crescimento é estimado em 50 milhões de toneladas de grãos nos próximos dez anos. Os gastos com a divisão de soja, os mais expressivos, totalizaram R$ 200 milhões, e a nova unidade esmagadora no Mato Grosso consumiu R$ 83 milhões. Os demais R$ 117 milhões, que completam os desembolsos na divisão de soja, foram aplicados no aumento da capacidade de produção diária das fábricas de Jataí (GO), de 1 mil para 2 mil toneladas, e em Ponta Grossa (PR), de 2 mil para 3 mil toneladas. O grupo ainda aumentou a capacidade de armazenamento de soja. Construiu três unidades armazenadoras em Goiás e outras três no Mato Grosso, disse o diretor de soja e café, Timothy Carter. A Coinbra já é a terceira maior exportadora de produtos agropecuários do Brasil, atrás da Bunge e da Cargill. Em 2003, faturou US$ 1,5 bilhão, 7,1% a mais sobre a receita do ano anterior, que atingiu US$ 1,4 bilhão. Nos últimos cinco anos, as vendas do grupo cresceram 25% ao ano, acompanhando o desempenho da safra de grãos. Logística Para Kenneth Geld, o problema maior hoje do setor se relaciona à logística. "É muito difícil escoar a safra de soja com estradas ruins", disse Geld à platéia de mais de 200 pessoas entre produtores, fornecedores, funcionários, além do governador do estado, Blairo Maggi, ele mesmo um dos maiores produtores brasileiros de soja e dono de esmagadora. "Conheço bem os problemas das estradas", respondeu Maggi. Ainda existem, completou, 28 mil quilômetros de estradas de terra estaduais no Mato Grosso, estado que não tem capaciade de arcar sozinho com o investimento necessário. Além disso, continuou o governador, ele ainda aguarda o reembolso pela manutenção das estradas federais. "Se o governo federal nos pagasse o que deve já estaria bom. Ainda faltam R$ 8 milhões a serem pagos de um total de R$ 11 milhões", disse Maggi. Em 2003, foram asfaltados 509 quilômetros de estradas estaduais. Ainda faltam 2,44 mil quilômetros que serão asfaltados em parcerias com os produtores rurais, a custos bem inferiores. Pelos cálculos do governador, o quilômetro asfaltado pelo consórcio custa entre R$ 180 mil e R$ 200 mil. Já o asfalto oficial sai por R$ 600 mil. A boa boa notícia, segundo Maggi, é que o Banco do Brasil estuda a liberação de uma linha de crédito para financiar os agricultores que formem consórcios junto com o governo estadual para asfaltar as rodovias, com prazos de até cinco anos para o pagamento. O governador do Mato Grosso ressaltou a capacidade de o estado atrair a indústria de esmagamento de grãos e de extração de óleo e farelo de soja, que custam em média 25% a 30% mais do que a matéria-prima. Além de geração de empregos, a perspectiva é de que nos próximos dez anos a produção estadual atinja 40 milhões de toneladas de grãos. Hoje, o Brasil inteiro colhe 20 milhões de toneladas de grãos. Resposta ao mercado O projeto da Coinbra inaugurado oficialmente nesta sexta-feira confirma a vocação daquela região de abrigar o setor. A área ocupada pela empresa em Alto Araguaia tem 50 hectares e a fábrica já foi planejada para ampliar a capacidade diária de processamento para 5 mil toneladas. "Tudo dependerá do mercado", observou o diretor industrial, Mario César Carbonell. A fábrica é totalmente automatizada e quase toda a mão-de-obra é local. São 200 funcionários diretos e 600 empregos indiretos. O grupo Coinbra atua na industrialização, comércio e exportação de soja, óleo, farelo, gorduras e outros derivados da soja; café em grãos e café solúvel; milho; trigo; algodão, farelo e óleo de algodão; produção de cana-de-açúcar, industrialização, comércio e exportação de açúcar e álcool; produção de laranja, exportação e comercialização de suco. Outros investimentos são o plantio de 1 milhão de árvores de laranja em São Paulo, com o desembolso de R$ 20 milhões; a ampliação da produção de cana-de-açúcar, um gasto de R$ 12 milhões; e um projeto de co-geração de energia elétrica, com verba de R$ 35 milhões.

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