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Colheita passa das marcas previstas em quatro estados


Perdas que tinham sido estimadas para Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais e São Paulo foram menores

Os produtores de quatro estados brasileiros conseguiram vencer a irregularidade do clima e irão colher produtividades acima da estimada no período de plantio, conforme o Indicador da Expedição Safra Gazeta do Povo. Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso tiveram, sim, problemas por falta de água nas lavouras, como era previsto. As perdas, porém, estavam projetadas e foram mais de qualidade que em volume. 


Este é o caso de Mato Grosso. Líder nacional na colheita da soja, o estado fecha a temporada com uma produtividade média de 3,15 mil quilos por hectare, abaixo da aferida no ano passado, mas acima dos 3,05 mil quilos projetados há três meses.

No Sudeste do país, o ano de neutralidade no clima, sem influência dos fenômenos El Niño ou La Niña, surpreendeu boa parte dos agricultores, que atingiram novos recordes em produtividade. Fazendas na região de Cândido Mota (Sudoeste de São Paulo) chegaram a colher 4 mil quilos de soja por hectare, o equivalente a 66 sacas.

“Um espetáculo. Tem produtor que nem sabe como explicar os resultados”, diz o agrônomo responsável pela área técnica da Coopermota, cooperativa que representa produtores na região. “Faltou um pouco de chuva, mas no final o acumulado ficou dentro da normalidade. Pela primeira vez vamos plantar praticamente todo o milho safrinha dentro do calendário agroclimático ideal”, afirma o agricultor Antonio Ireno, que conseguiu aumentar em 420 kg/ha a produtividade da soja em relação à temporada passada. Ele, os dois filhos (Aparecido e Wilson), o genro (Waldeciro) e o neto (Kauê) retiraram do campo 3,6 mil kg/ha, em média.

Boa parte dos produtores mineiros também se surpreendeu com os resultados da colheita. O estado, que é o maior produtor nacional de milho de verão e sexto maior de soja, teve um dos climas mais atípicos e, mesmo assim, conseguiu elevar os rendimentos. O potencial foi parcialmente comprometido pela escassez de chuva no final de 2012 e início de 2013, relataram produtores e técnicos entrevistados. Problemas pontuais atingiram principalmente as lavouras do Norte de Minas. “Ninguém planta para colher menos de 60 sacas por hectare (3,6 mil kg/ha), mas neste ano acredito que vamos fechar com resultados pouco acima do ano passado e ficar entre 52 sacas (3,1 mil kg/ha) e 55 sacas (3,3 mil kg/ha)”, estima Marcos Magalhães, agrônomo da Coagril, cooperativa com sede em Unaí.


O milho, plantado antes da soja, também teve seu potencial produtivo afetado. Porém, menos do que a oleaginosa, afirma o agricultor Antero Manica, que deve colher cerca de 10 mil kg/ha do cereal.

No Triângulo Mineiro, os rendimentos da soja tendem a ficar acima dos 3,6 mil kg/ha (60 sacas/ha). “Faltou chuva, mas sobrou luminosidade. Isso ajudou a elevar a produtividade média em pelo menos 1 saca por hectare”, afirma Julio Cesar Pereira, de Uberlândia.

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