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Com safra menor cafeicultores devem investir em qualidade

Recomendação de especialistas é para que os cafeicultores intensifiquem os tratos culturais


Foto: Divulgação

A safra de café de 2020 foi recorde, alcançando mais de 63 milhões de sacas de arábica e conilon. A safra 2021 será menor. Se em um ano a safra foi maior, no outro será menor pelo fator da bienalidade presente na cultura.

Em anos assim a recomendação de especialistas é para que os cafeicultores intensifiquem, ainda mais, os tratos culturais e cuidados visando a qualidade final do produto. Isso porque com qualidade mais elevada é possível ganhar mais e compensar um pouco a safra menor.

Um dos pontos de atenção é a adubação que reflete na qualidade na produção. “Não se pode atrasar as adubações de solo e é preciso ter muito cuidado com relação ao controle das pragas e doenças e ao manejo das plantas daninhas. É necessário assegurar que o cafeeiro seja muito bem nutrido, que não ocorra mato-competição e desfolha devido a ataques de pragas e doenças, garantindo, assim, que a lavoura esteja preparada para o período de colheita”, enumera o gerente de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, Mário Ferraz.

Neste ano o clima também preocupou, especialmente produtores de Minas Gerais, o maior produtor.  Entretanto, as chuvas no mês de fevereiro elevaram as expectativas por uma boa formação e desenvolvimento dos grãos.  “As chuvas no fim do ano passado não foram muito boas, mas neste mês já choveu bastante e as lavouras estão se recuperando bem. A gente tem visto no campo, onde acompanhamos experimentos, que os produtores estão cuidando bem da lavoura. A depender do clima durante a colheita, podemos ter cafés com qualidade muito elevada”, acrescenta o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Gladyston Carvalho.

A adoção de tratos culturais e de práticas de manejo adequadas nos períodos específicos, em conjunto com às condições atuais de clima, reforçam a tendência de uma safra de qualidade. “O que vai determinar o resultado final é, exatamente, a época da colheita. Se for uma colheita com pouca chuva, mantém-se essa perspectiva. Se houver um índice pluviométrico maior, de maio a julho, o cenário pode mudar”, diz Carvalho.

A colheita, inclusive, é outro ponto que o cafeicultor deve ter atenção. Ela deve ser feita no ponto ideal, evitando a presença de muito café verde ou a queda de grãos que estejam muito maduros. “A gente indica que a colheita tenha início com pelo menos 80% dos frutos maduros, para não atrapalhar tanto a qualidade e, que depois seja feito o processo de lavagem, no qual vai haver a separação dos grãos por densidade, separando os “boias” e os verdes daqueles maduros. Essa separação é importante para garantir uma uniformidade melhor de seca”, recomenda o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Juliano Tarabal.

No que se refere às práticas de pós-colheita, os cuidados começam no planejamento da colheita, que, como já mencionado devem ocorrer quando os frutos estiverem maduros, da forma mais uniforme possível. Na sequência deve ser feita a lavagem dos frutos, para a eliminação dos frutos imaturos e “boias”. O passo seguinte é a secagem, em terreiros ou secadores mecânicos.

A duração do processo de secagem do café no terreiro vai depender das condições climáticas e do tipo de processamento adotado (em via úmida ou seca). O ponto ideal de secagem é atingido quando os grãos apresentam umidade de 11%.
 

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