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Começa a colheita do trigo em Minas Gerais

As perspectivas são boas para o agricultor. Neste ano ele pagou um pouco menos pelo adubo


A colheita de trigo em Minas Gerais está começando e as perspectivas são boas para o agricultor. Neste ano ele pagou um pouco menos pelo adubo e está prevista a redução das importações do cereal argentino por causa da queda de produção no país vizinho. O Brasil deve adquirir trigo de outros países, como Estados Unidos e Canadá, e os produtores brasileiros podem se beneficiar disso, porque geralmente a cotação do mercado externo prevalece também na comercialização interna.

Essas previsões são do coordenador do Programa de Desenvolvimento da Competitividade da Cadeia Produtiva do Trigo (Comtrigo), Lindomar Antônio Lopes. Ele diz que “as estimativas reforçam o cenário favorável à expansão da triticultura em Minas e nos Estados do Brasil Central”. Segundo Lopes, a colheita do trigo em Minas deve ficar entre 90 e 100 mil toneladas e ainda assim o volume é insuficiente para garantir o abastecimento, mas existe a perspectiva de manutenção do crescimento observado nos últimos anos, com a adesão, a cada ano, de um número maior de produtores. “O consumo anual de trigo pelas indústrias mineiras é da ordem de 400 mil toneladas, mas a tendência é de redução da distância entre o volume de produção e a demanda do cereal”, explica o coordenador.

Lopes acrescenta que, “além de ser uma ótima alternativa como cultura de inverno, o trigo tem alcançado excelentes preços de mercado”. Os produtores mineiros contam com a vantagem de colocar o trigo à venda durante a entressafra nacional, por volta de julho e agosto. O plantio nas lavouras mineiras começa em maio, possibilitando a colheita entre julho e parte de agosto. Já os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que respondem por quase 6 milhões de toneladas anuais do cereal, colhem entre a segunda quinzena de agosto e novembro. Em grande parte desses estados, os agricultores fazem o plantio depois de Minas para evitar problemas com a cultura por causa de geadas.

Produtividade

O presidente da Associação dos Triticultores em Minas Gerais (Atriemg), Lucas Johannes Maria Aernoudts, também acredita em crescimento da atividade no Estado. De acordo com o dirigente, o trigo colhido na safra anterior alcançou a cotação máxima de quase R$ 600,00 a tonelada, para um custo máximo de R$ 400,00, e neste ano o valor de venda pode aumentar. “Desta vez a receita será menos afetada pelo custo de produção, porque o preço do adubo caiu, embora os demais insumos, como o diesel, continuem aumentando”, enfatiza.

Aernoudts destaca a importância do ganho em produtividade, mas enfatiza que o principal estímulo ao produtor de trigo é a possibilidade de obter melhor preço na comercialização do cereal por causa da equiparação da cotação interna com a do produto importado. Ele também enfatiza a importância de Minas Gerais ser um dos primeiros Estados a fazer a colheita, porque nesse caso o agricultor pode colocar o produto no mercado no final da entressafra.

O presidente da Atriemg acrescenta que as lavouras mineiras proporcionam um trigo de excelente qualidade, entre outras razões porque é cultivado num período de pouca chuva, o que garante o pleno aproveitamento dos insumos. Segundo o Aernoudts, “esse conjunto de fatores possibilita um rendimento de até 100 sacas (ou seis toneladas) por hectare”.

Embora enfatize o desenvolvimento alcançado pela triticultura mineira nos últimos anos, o dirigente diz que “o governo federal está demorando a colocar em prática a política de preços mínimos para o setor.” Em seguida ele ressalva que essa reivindicação tem sido feita também pelos demais produtores de grãos.

O gerente da Cooperativa dos Produtores do Alto Paranaíba (Coopadap), José Roberto Takahashi, endossa a reclamação do presidente da Atriemg. Para ele, “o cumprimento pelo governo federal da política de preço mínimo interessa tanto ao produtor de trigo quanto aos demais segmentos da cadeia do produto. Para os agricultores, acrescenta Takahashi, “esse incentivo é fundamental e deve ser complementado com uma boa política de escoamento da produção”.

De acordo com o executivo da Coopadap, os produtores de trigo ainda têm algumas incertezas por causa da crise econômica, mas ele também acredita que a cotação do cereal vai alcançar cotação superior a R$ 600,00 nesta safra.

Maiores produtores

A região do Alto Paranaíba concentra os municípios que mais produzem trigo em Minas Gerais: Rio Paranaíba, Perdizes e Romaria. O grupo de grandes produtores inclui Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Unaí, no Noroeste do Estado. Esses municípios respondem por quase 56% da produção mineira. As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

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