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Começa colheita do milho safrinha em Mato Grosso


A colheita do milho segunda safra em Mato Grosso tem início esta semana e deverá somar 2,2 milhões de toneladas em uma área plantada de 780 mil hectares. No ano passado - quando a safrinha ganhou status de "supersafra" pelo incremento da produção - foram cultivadas 863 mil hectares, e contabilizada uma produção de 2,5 milhões de toneladas. Mesmo com redução na área plantada, o aumento dos preços dos insumos em dólares, principalmente sementes e fertilizantes, majorou os custos de produção, em média, em 32%.

Segundo a superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), Rosimeire Cristina dos Santos, a queda de 9,6% na área plantada de uma safra para outra foi motivada pelo atraso na colheita da soja. "O excesso de chuva no primeiro trimestre do ano fez com que muitos produtores perdessem a época do plantio do milho", explica.

No Estado as principais regiões produtoras estão concentradas no médio Norte e Norte, onde estão mais de 50% da produção estadual. Os principais municípios são: Lucas do Rio Verde, Sorriso, Santa Rita do Trivelato, Santo Antônio do Leste, Campo Novo, Itiquira e Nova Mutum.

A expansão do milho no mercado internacional é o fator que tem atraído os produtores à cultura. Mato Grosso tem capacidade de consumir pouco mais da metade do que produz e esse excesso está sendo direcionado à exportação. A explosão do milho está registrada nos dados do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Industriais do Estado de Mato Grosso (Fiemt). O quadrimestre de 2004 exportou 595% a mais que no mesmo período do ano passado.

"Essa evolução está sustentando a cultura no Estado. Sustentação de que deverá permanecer, segundo o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, se manterá no próximo ano, pois os estoques mundiais de milho serão os menores desde 1996", analisa Rosimeire.

Outro dado apontado por Rosimeire é a redução geral nos estoques mundiais de grãos. Em 2000 somavam 200 milhões de toneladas e no ano que vem podem cair para 103 milhões toneladas. "A redução é motivada pela quebra da produção de alguns países e principalmente pela atuação da China no mercado", observa. Rosimeire explica ainda, que, desde que a China passou a integrar a Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, vem adotando uma posição agressiva, na aquisição de matérias-primas, refletindo nos estoques.

Preocupação

Mas, apesar do avanço de mais esta cultura no mercado internacional, dois setores ficam preocupados com as vendas externas, impulsionadas, também, pela alta do dólar, a suinocultura e a avicultura.

"O dólar estimula as exportações e desabastece o mercado interno sustentando os preços. O preço do milho ainda é formado localmente e nos portos. No caso de Mato Grosso, a média da saca é de R$ 13,50 e nos portos, com frete incluso, chega a R$ 24,50", informa.

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