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Comemoração dos 50 anos da Embrapa

Passos estratégicos para construir a moderna agricultura tropical representaram a caminhada preciosa da Embrapa


Foto: Jorge Duarte

Por Luiz Antonio Pinazza 

As políticas públicas e o desenvolvimento institucional do Brasil se dedicaram a construir a moderna agricultura tropical. De um lado, um movimento de conhecimento dos recursos naturais e humanos que viabilizasse a produção estável de grãos, fibras e bioenergia nos seis biomas do país. De outro, a garantia do abastecimento interno e entrega de excedentes exportáveis para atender a segurança alimentar. 

A Revolução Verde empreendida em meados do século XX modernizou a agricultura com base nas tecnologias voltadas ao hemisfério de clima temperado. A importância histórica, econômica e social desse movimento importante trouxe grande parte da ciência arraigada para ser adaptada na zona tropical do planeta.

Sempre avançados, os passos estratégicos para construir a moderna agricultura tropical representaram a caminhada preciosa da Embrapa. Tudo em cima de um modelo adiantado para atender a demanda a população em constante crescimento. A seguir, o relato de rápida narrativa das iniciativas influentes desenvolvidas pela entidade. São cinco décadas marcantes de trajetória centrada na pesquisa, mas que se misturaram com a do próprio setor no país.

1º Década: 1973 – Transformação do Bioma Cerrado

Porta de entrada para a agricultura na região centro oeste, com 207 milhões de hectares, 24% do território nacional, segundo maior bioma do Brasil, depois do Amazonas. Hoje, dois terços da sua área total, cerca de 139 milhões de hectares, são agricultáveis. O Sistema de Plantio Direto (SPD), praticado em 20 milhões de hectares, com rotação de cultura, controle de erosão e cobertura permanente sem revolver o solo na semeadura.  Recuperação de áreas degradadas, com integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF), nos próximos dez anos, são projetadas em 10 milhões de hectares.

2º Década: 1980 - Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN)

Dois grandes marcos para os rumos da produção e uso de insumo biológico (inoculante) com microrganismos capazes de desempenhar atividades essenciais para o desenvolvimento das plantas, em especial a soja, durante a abertura das fronteiras agrícolas na região centro oeste. 1ºNormas do Ministério da Agricultura para obtenção de registro e fiscalização das empresas produtoras de inoculantes.2ºA Reunião da Rede de Laboratórios para a Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola (RELARE), com o papel de aprimorar a legislação sobre inoculantes microbianos.

3º Década: 1990 - Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC)

Adoção de estratégias para ampliar as pesquisas de zoneamento climático. Os estudos iniciais começaram com o plantio de arroz. Após criar o ZARC, em 1995, o Ministério da Agricultura, através do Decreto Nº 9.841, lança o Programa Nacional do ZARC. O sistema fornece dados sobre os riscos agroclimáticos com referência a 40 culturas cultivadas no país. Todas são classificadas em plantas de ciclo anual ou permanentes, de acordo com os respectivos estados do país, podendo ser beneficiadas pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

4º Década: 2010 – Implantações dos Sistemas Integrados de Produção (SIP´s)

Fundamentado em bases científicas e tecnológicas, o Plano da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), entre 2010 e 2020, reuniu tecnologias produtivas, que resultaram em redução dos riscos e aumento da produção. Dessa forma, o Brasil conseguiu mitigar 170 milhões de toneladas de CO2 em uma área de 52 milhões de hectares, superando em 46,5% a meta estabelecida. Com a combinação de dois ou três componentes da agricultura, pecuária e floresta, os SIP´s contribuíram para alcançar esses resultados favoráveis. Isso motivou o aumento das metas para o ABC+ do cenário 2030. 

5º Década: 2020 – Lançamento dos Bioinsumos

Detentor de uma das maiores biodiversidades a nível mundial, o Brasil conta com posição privilegiada na produção de bioinsumos. Seres vivos, como microrganismos, insetos e plantas podem ser usados para melhorar a fertilidade do solo ou controlar as pragas e doenças nas lavouras, em substituição ou complementação ao uso dos defensivos químicos tradicionais (agrotóxicos). Diversificado, o portfólio engloba temas no controle biológico de pragas, promoção do crescimento de plantas e fitoquímicos. 

INICIATIVAS PARA O FUTURO

Criada em 26 de abril de 1973, fruto de personalidades visionárias criativas, ao completar 50 anos, a Embrapa prossegue carregando uma história virtuosa de iniciativas para a agricultura tropical brasileira. A partir do seu modo original de atuação em diferentes produtos, temas e biomas, se articulou com instituições do Brasil e do exterior. Acreditou no retorno da capacitação dos recursos humanos, que se tornaram, em seguida, uma rede de pesquisadores e cientista. Buscaram trazer soluções mais concretas para os desafios enfrentados pelos produtores rurais. Essa é uma linha de ação não acomodada com as mudanças sem parar de acontecer.

Mais: O Portal Agrolink conversou com o atual presidente da Embrapa, Celso Moretti, veja a entrevista na íntegra: 
 

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