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Comercialização de grãos em MT segue lenta e traz preocupação

Volumes negociados de soja e milho refletem baixos preços das commodities


Volumes negociados de soja e milho refletem baixos preços das commodities

O ritmo de comercialização da safra 12/13 de soja e milho, em Mato Grosso, está bastante abaixo dos volumes contabilizados há um ano. A explicação para retração está nos preços ofertados às commodities, cotações que dependendo da planilha de custos do produtor podem apenas empatar ou nem cobrir o elevado custo de produção. Entre a cruz e a espada, existem apenas dois caminhos. Ou o produtor comercializa pelos valores no mercado disponível, ou espera uma possível reação e com isso, assume o risco de gastos extras para armazenar a produção que podem ou não ser remunerados pela estratégia adotada.


Como destaca o Boletim Semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Os sojicultores comercializaram 83% da safra, encerrada em meados de abril. Conforme o Imea, no mesmo período do ano passado esse número era de 94%, ou seja, 11 pontos percentuais acima (p. p.) que no presente momento. “Essa diferença se dá devido ao preço da soja estar menor, desta forma, os produtores têm buscado segurar ao máximo sua produção à espera de alta na cotação”, reforçam analistas da Cadeia de Grãos.

Na terceira semana de maio do ano passado, por exemplo, o preço da saca de soja em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá) era de R$ 51,68, o que impulsionou as vendas, visto que a margem de lucro dos produtores era boa. Na safra atual, o preço médio da última semana para a mesma praça foi de R$ 45,95. “Esse valor é 11% menor que o do ano passado, frente a uma safra que superou a anterior em pelo menos 17%”, frisa o Boletim. Essa diferença em um intervalo de um ano impôs margem menor para os produtores. “Para completar este cenário de perda de renda, a comercialização da safra 13/14, tende a caminhar em lentidão semelhante, pelo menos neste início de negociações. Isto porque a obtenção de menores produtividades por alguns produtores nesta safra, junto a preços menos atrativos e o aumento no custo de produção para R$ 45,89/saca na safra 13/14, favorecem o pé no freio na hora de comercializar a safra futura”. MILHO - O mês de maio apresenta 26,7% da produção total de milho da safra 12/13 já comercializada, um avanço de 4,5 p.p em relação ao mês passado. Essa porcentagem representa 4,3 milhões de toneladas em uma safra de 16,05 milhões. “As negociações do milho tendem a se manter mais retraídas até que seja observada uma melhora nos preços do cereal”. Para fugir da contramão de preços baixos, há produtores usando o silo-bolsa. Embora o investimento neste tipo de armazenagem não seja tão baixo, ainda é uma saída emergencial. Considerando apenas o valor do silo-bolsa, sem maquinário, o custo por saca de fica em torno de R$ 0,40 a R$ 0,50.

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