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Comissão de Mudanças Climáticas realizam audiência para discutir a contribuição dos biocombustíveis

O governo brasileiro se comprometeu durante a COP 21 em reduzir as emissões CO2 em 37% em 2025 


O governo brasileiro se comprometeu durante a COP 21 em reduzir as emissões CO2 em 37% em 2025 

Em audiência pública realizada pela Comissão Mista de Mudanças Climáticas nesta terça-feira (8), o papel dos biocombustíveis desde o investimento na pesquisa, passando pelas usinas, fontes de matérias-primas, exportações e importações até as questões relacionadas à saúde pública nortearam o debate no cumprimento das metas brasileiras estabelecidas durante à COP 21 em 2015.

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, o Brasil deve se preparar para cumprir as metas acordadas na COP21, com um forte investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação para ampliar a oferta e o leque de matérias-primas usadas na produção de biocombustíveis, aproveitando a biodiversidade brasileira.

Além disso, Capdeville destacou na sua apresentação a importância de se trabalhar as matérias-primas e os processos de conversão com maior eficiência no conceito de biorrefinarias, com a produção não só de biocombustíveis, mas também de outros bioprodutos. Logo após, o pesquisador da Embrapa, Bruno Laviola Laviola apresentou o estudo realizado pela equipe da Embrapa Agroenergia onde foram avaliados diferentes cenários de oferta dos dois principais biocombustíveis nacionais (biodiesel e Etanol) para atingir a meta de 18% de participação de biocombustíveis na matriz energética brasileira em 2030. O governo brasileiro se comprometeu durante a COP 21 em reduzir as emissões CO2 em 37% em 2025 e  43% em 2030, em relação aos níveis de 2005. Com isto, alerta Laviola, o Brasil terá grandes desafios e oportunidades pela frente no que se refere a diversificação e ampliação da escala de produção de matérias-primas, bem como, investimento em infraestrutura. De acordo com Capdeville este estudo será ampliado para incluir cenários envolvendo a cogeração e a potencial oferta de bioquerosene de aviação e, em breve, estará disponível para sociedade.

O Senador Fernando Bezerra (PSB/PE), que presidiu a audiência, salientou no debate que os investimentos no setor serão feitos pelos bancos privados e públicos e que postos de trabalho serão criados com isto. Também ressaltou a importância de outros biocombustíveis como o bioquerosene de aviação. Para Bezerra, o País tem um papel relevante na área de biocombustíveis e daqui a 30 anos o bioquerosene será utilizado amplamente na aviação. "O Brasil que tem um papel hoje relevante na área de biocombustível não vai ficar fora disso, a gente não pode ser o ultimo a chegar nisso, a gente tem que ser o primeiro a chegar e vai precisar muito da Embrapa, vai precisar de muitas pesquisas nisso para a gente poder estar na dianteira deste processo", destacou o Senador.

Também foram expositores o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix Bezerra; o diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski; a pesquisadora da Rede Clima Samya de Lara Pinheiro; o professor da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Donato Aranda; além de representantes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão e da Agroicone Rodrigo Lima.

Esse tema também está em discussão a 22ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP 22, que ocorre até o dia 18 de novembro, em Marrakech/Marrocos, em que será apresentado pelo Brasil o novo programa de estímulo aos biocombustíveis .
 

Assista a Audiência Pública aqui.

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