O Comitê Ad Hoc do Codex Alimentarius para Sucos de Frutas e Hortaliças - presidido pelo Brasil - definiu neste fim de semana, em Salvador, um padrão para o comércio mundial de sucos, contemplando 90 tipos de frutas, a maioria delas tropicais. Presidido pelo secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, Maçao Tadano, o Comitê do Codex realizou 5 reuniões internacionais para dirimir cerca de 200 controvérsias entre os 17 países participantes do Comitê e de entidades representativas de produtores de sucos.
Para Tadano, o padrão agora estabelecido vai impulsionar as exportações de sucos tropicais, que eram considerados produtos exóticos e sem grande expressão econômica. “Ter padrão significa comércio e o Brasil vai lucrar muito com isso”, diz o secretário explicando que a norma aprovada em Salvador abrange questões relativas a nomenclaturas, ingredientes, composição, critérios de qualidade, aditivos e conservantes permitidos, coadjuvantes de processo na indústria, limites máximos de contaminantes, características básicas, rotulagens, métodos de análise e tabelas de sólidos solúveis (Brix mínimos).
O secretário de Defesa Agropecuária observa que embora o trabalho produzido pelo Comitê do Codex já tenha conteúdo e formato final, deverá ser submetido, em junho próximo, à Comissão Geral do Codex, em Roma, para homologação. A partir daí ganha vigência mundial servindo de base para dirimir disputas no âmbito da Organização Mundial do Comércio.
O Brasil aceitou presidir o Comitê Ad Hoc do Codex Alimentarius de 2000 a 2005, assumindo o compromisso de coordenar, nesse período, a elaboração do padrão mundial de sucos, missão que acabou cumprindo bem antes do prazo estipulado. Prevendo a mudança de governo e o risco de descontinuidade do compromisso assumido internacionalmente, o MAPA buscou o apoio da iniciativa privada produtora de sucos e entidades representativas do setor.