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Como a pandemia afetou o mercado de HF?

Setor deve retomar investimentos em 2021


Foto: Pixabay

Mesmo com a essencialidade da cadeia de alimentação e sem grandes interrupções na produção, o setor de frutas e hortaliças foi afetado pela pandemia da covid-19 em 2020, principalmente por conta da queda da atividade econômica, da restrição parcial da comercialização e de mudanças dos hábitos de consumo. 

De acordo com os dados divulgados pelo Cepea, em termos de restrição da comercialização doméstica, foi mais evidente no período de maior isolamento social (entre o final de março e maio), quando os atacados trabalharam de forma limitada, algumas feiras livres foram suspensas, e parte dos restaurantes, fechados. A menor mobilidade da população também restringiu o fluxo de comercialização de produtos mais perecíveis, como as folhosas e algumas frutas (de menor tempo de prateleira). No final de 2020, o setor ainda sente os efeitos de interrupções na comercialização para importantes clientes, como hotéis, escolas e parte dos restaurantes.

Já no caso de cadeias voltadas à exportação, as vendas de frutas frescas brasileiras apresentaram bom desempenho ao longo da pandemia, favorecidas pelo dólar elevado, pela demanda externa aquecida e pelo fato de concorrentes do Brasil apresentarem menor disponibilidade de frutas. No geral, o produto mais prejudicado foi o mamão, principalmente no início da quarentena, devido à menor disponibilidade de transporte aéreo.

Em termos de hábitos de consumo, a demanda por frutas e hortaliças frescas esteve mais aquecida no início da pandemia (final de março e abril), visto que muitos consumidores buscaram fortalecer a imunidade diante do vírus. Passados alguns meses, produtos indulgentes e ultraprocessados novamente tomaram espaço. Um comportamento positivo ao longo da pandemia foi que, com a recomendação de isolamento domiciliar, mais pessoas passaram a preparar suas próprias refeições, resultando em demanda firme por alimentos in natura e semiprocessados.  

A expectativa é de retomada dos investimentos em área, compensando, em boa parte, as reduções em 2020. Os destaques são os segmentos industriais de batata e tomate. No caso de batata pré-frita, verifica-se, novamente, retomada de crescimento de área em 2021 (em 2020, por conta da atividade parcial do setor de food service, os investimentos foram contidos). Para a indústria de tomate, o aumento dos plantios deve compensar uma parcela da redução nos anos de 2018 e 2019.

Quanto à área de FRUTAS em 2021, os investimentos mais visíveis são na área de manga e uva de mesa no Nordeste. Nas demais, a previsão é de estabilidade. A boa rentabilidade obtida com as exportações em 2020 pode incentivar os investimentos. Outra cultura que deve ter retomada em 2021 é a melancia, visando a recuperação da queda em 2020. Vale lembrar que, como várias frutas analisadas pelo Hortifruti/Cepea são perenes, o efeito da redução de área por conta da pandemia foi menor quando comparado ao observado para as hortaliças.

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