Como controlar cupins e elasmo no arroz de terras altas
Na região central do Brasil, uma preocupação constante para os produtores de arroz de terras altas são os cupins e a lagarta elasmo. Tratam-se de duas pragas que atacam a cultura em sua fase inicial de desenvolvimento, podendo acarretar prejuízos significativos.
Por exemplo, em condições propícias, já foram constatadas perdas de mais de 1 mil quilos por hectare, ocasionadas por cupins. Ou seja, 40% da produtividade, considerando-se o rendimento médio do arroz de terras altas no país que é de 2,5 mil quilos por hectare.
Enquanto os cupins se alimentam das raízes, causando o enfraquecimento das plantas e deixando-as com aspecto seco; a lagarta elasmo penetra nos colmos, destruindo seu tecido. Ambas são capazes de matar o arroz.
Dentre as medidas de controle que podem ser utilizadas, existe o tratamento preventivo com inseticidas via semente. Essa é uma alternativa para proteção da planta e que pode ser economicamente vantajosa.
Em experimentos conduzidos pela Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO) nos Estados de Goiás e Mato Grosso, a diferença na produção de grãos entre as parcelas que receberam tratamento de sementes e aquelas onde não houve essa proteção variou de 400 a 700 quilos por hectare.
Complementarmente, pode-se dizer que não se observou diferença expressiva na produtividade do arroz entre os diversos tratamentos com inseticidas. Para uma massa de 100 quilos de sementes, foram aplicados os seguintes produtos: furathiocarb (1,5 litros), carbosulfan (1,5 litros), carbofuran (1,5 litros), thiamethoxam (150 gramas), fipronil (250 mililitros), imidacloprid (200 gramas) e thiodicarb (1,8 litros).
Vale lembrar que os inseticidas só podem ser usados no controle de pragas se registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para essa finalidade.
Por fim, é preciso ressaltar que, apesar dos inseticidas terem sido eficazes no controle de pragas nos experimentos, a sua performance no campo pode ser influenciada por vários fatores.
José Alexandre Freitas Barrigossi
Ph.D. Entomologia
Embrapa Arroz e Feijão