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Como estão as cotações de milho?

No Brasil, apesar da B3 reagir ao movimento altista de Chicago, no mercado físico os preços do milho se mantiveram relativamente estáveis


Foto: Pixabay

Diante de novos conflitos entre Rússia e Ucrânia, que levaram os russos a se retirarem do acordo comercial do Mar Negro, que permitia a Ucrânia exportar seus grãos por esta via, os preços do milho subiram fortemente nesta semana, saindo de US$ 4,99/bushel no dia 17, para US$ 5,45 dois dias depois. O fechamento desta quinta-feira (20) acabou ficando em US$ 5,37/bushel, contra US$ 5,93 uma semana antes, considerando que houve mudança de mês para a primeira cotação.

Apesar de uma melhoria no índice de lavouras estadunidenses entre boas a excelentes, o qual passou, no dia 16/07, para 57%, contra 55% na semana anterior. Um ano antes este índice estava em 64%. Por sua vez, 47% das lavouras de milho estavam em fase de embonecamento, contra 22% da semana passada e 43% na média. Havendo ainda 7% na fase de formação de grão.

Pelo lado dos embarques estadunidenses de milho, na semana encerrada em 13/07 foram 363.818 toneladas embarcadas, ficando dentro das expectativas do mercado. Com isso, o volume total embarcado, no atual ano comercial, soma 33,9 milhões de toneladas, ou seja, 33% a menos do que o registrado um ano antes.

E no Brasil, apesar da B3 reagir ao movimento altista de Chicago, no mercado físico os preços do milho se mantiveram relativamente estáveis. A média gaúcha caiu para R$ 53,00/saco, enquanto as principais praças locais ficaram nos R$ 52,00. Já nas demais regiões brasileiras, o preço do cereal oscilou entre R$ 34,00 e R$ 53,00/saco. Enquanto isso, na B3, o fechamento do dia 19/07, para referência, registrou ganhos de quase 3% sobre a semana anterior, com os diferentes contratos registrando valores entre R$ 59,39 e R$ 69,30/saco.

“Sem a Ucrânia, os importadores devem migrar para outros players exportadores e o Brasil deverá ser o principal fornecedor de milho nos próximos meses, com preços competitivos e oferta abundante.” Mas isso dependerá da continuidade desta postura russa em relação ao acordo do Mar Negro. Por sua vez, no Brasil, a colheita da safrinha se aproxima dos 40% da área e logo mais haverá muito milho disponível, com o pico da oferta se estabelecendo entre agosto e meados de setembro. Isso pressionará para baixo, mais uma vez, os preços do cereal. 

No que diz despeito às exportações de milho, a Anec continua prevendo um total de 6,8 milhões de toneladas em julho, contra 5,63 milhões em julho de 2022. Em termos estaduais, temos que a colheita de milho safrinha, no Mato Grosso, atingiu a 68,2% da área até o dia 14/07. Quanto à exportação, o acumulado do ano comercial julho/22 a junho/23, apresentou incremento de 58,4%, somando 26,4 milhões de toneladas naquele Estado. Entre os principais destinos do milho mato-grossense estão o Irã, liderando com 2,63 milhões de toneladas, seguido do Japão com 2,51 milhões de toneladas. Para o ano 2023/24 se espera uma exportação de 29,4 milhões de toneladas. 
 
Já a colheita da safrinha, no conjunto do país, teria chegado a 40,1% no início da presente semana, contra 46,6% na média histórica para a data. Quanto a futura safra de milho de verão, existe a expectativa de que o cereal perca área para a soja. Embora os custos de produção para a próxima safra tenham recuado bem, os atuais patamares de preço se mostram desestimulantes aos produtores para um avanço na área a ser cultivada. O plantio da primeira safra no Centro-Sul foi projetado em 4,08 milhões de hectares, cerca de 100 mil hectares a menos do que na safra anterior. Já a área da segunda safra, que responde pela maior parte da produção brasileira de milho, foi estimada em 15,4 milhões de hectares, também cerca de 100 mil hectares abaixo do registrado na temporada anterior. "Com isso, o potencial de produção, para a safrinha 2024, é estimado em 96,4 milhões de toneladas, abaixo do volume recorde esperado para este ano, de 100,2 milhões de toneladas". 

Por sua vez, a Conab informa que a safra de verão estava com 97,1% da área colhida no final da última semana, enquanto a safrinha atingia a 39,3% da área, sendo o Mato Grosso com 67,7%, Tocantins 60%, Maranhão 50%, Piauí 28%, Minas Gerais 23%,
Goiás 19%, Mato Grosso do Sul 7%, Paraná 4% e São Paulo 2%.

E no Paraná, a colheita da safrinha chegou a 6% da área total, enfrentando dificuldades climáticas (cf. Deral), enquanto no Mato Grosso do Sul a colheita da mesma atingia a 4,4% da área no dia 14/07, longe da média histórica de 16,7% para a data. Há muitas dúvidas quanto ao volume final a ser colhido neste Estado já que 54% das lavouras foram semeadas fora da janela ideal. Enfim, pelo lado do mercado o preço do saco de milho, no Mato Grosso do Sul, se desvalorizou 0,63% entre os dias 10 e 17 de julho, sendo negociado ao valor médio de R$ 39,25. E até o início da presente semana apenas 31% da safra esperada havia sido comercializada. 

A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA

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