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Complexo soja perde renda em Mato Grosso

Por conta da defasagem cambial, as perdas nominais da soja chegam a R$ 308 milhões em relação a 2005


As exportações mato-grossenses contabilizam pelo quinto mês consecutivo baixa evolução no volume de comercialização. O complexo soja (grão, óleo e farelo) – o carro-chefe das vendas, com cerca de 80% de participação na pauta – contabiliza menos R$ 308 milhões no faturamento nominal no acumulado de janeiro a outubro. Resultado da redução de 5,2% nas cotações do dólar, comparando os valores de mercado da moeda em outubro/05 com outubro/06.

De acordo com o assessor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo, as perdas cambias na pauta revelam que o grande vilão continua sendo o dólar. “Se considerarmos o valor exportado em dólares até outubro deste ano e multiplicarmos pelo dólar de outubro de 2005, teríamos R$ 6,34 bilhões e não R$ 6,03 bilhões como o apurado. É nesta comparação que percebemos as perdas de R$ 308 milhões”.

Em outubro as vendas mensais registraram US$ 409,77 milhões, 8% acima do que o volume (US$ 378,03 milhões) contabilizado em setembro. O acumulado dos dez meses de 2006 soma US$ 3,74 bilhões e são apenas 4,7% maiores do que o valor de US$ 3,57 bilhões de 2005, no acumulado de janeiro a outubro, confirmando a queda nos índices de desempenho neste ano, em relação aos anos anteriores.

Desde maio o ritmo começou a desacelerar. As vendas externas de maio ficaram apenas 16% acima do volume registrado no mesmo período do ano anterior. E seguindo esta comparação, junho registrou alta de 3,40%, julho teve 4,87%, agosto 4,90%, setembro com alta de 3,39% e outubro com crescimento de 4,72, em relação ao mesmo período (mês) de 2005.

Já a balança comercial registra até outubro saldo de US$ 3,39 bilhões valor 6% maior do que o saldo de US$ 3,2 bilhões de 2005, no mesmo período (janeiro a outubro).

Analisando as perdas cambiais impostas pela defasagem na cotação da moeda norte-americana em relação ao real, Timo aponta ainda que as vendas externas estaduais deixaram de faturar até setembro cerca R$ 400 milhões. “O valor acumulado das exportações em nossa moeda seria de R$ 7,6 bilhões com o dólar de setembro de 2005 e não de apenas R$ 7,2 bilhões agora em setembro de 2006”. O assessor explica que devido à cotação média do dólar de R$ 2,29 em setembro/05 e de R$ 2,17 em setembro/06, observa-se a queda de 5,2% no período.

Soja - As exportações do complexo soja até outubro deste ano totalizam US$ 2,8 bilhões registrando queda de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor total exportado de soja em grão no acumulado de 2006 é de US$ 2,09 bilhões contra US$ 1,94 bilhão em 2005. Como observa o analista, há um aumento de 8% no volume em cifras e de 11% no volume físico. Timo revela que a redução na receita do complexo (3%), transforma-se em -8%, no momento em que a moeda norte-americana é convertida para reais.

Os outros produtos – farelo e óleo – continuam registrando forte queda em volume e em faturamento. O óleo registra queda de 36,30% na receita e o farelo tem perdas de 18,12%.

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