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Compra da Swift coloca JBS-Friboi no mercado de carnes dos EUA

A compra da Swift permite o acesso ao fortemente controlado mercado de carnes dos Estados Unidos


A venda da norte-americana Swift Foods para o grupo JBS-Friboi confere ao maior produtor e exportador de carne bovina da América Latina acesso ao fortemente controlado mercado de carnes dos Estados Unidos, onde a carne brasileira crua é proibida, disseram fontes do setor.

O acordo surpreendeu muitos nos EUA, que esperavam que a Swift, baseada no Estado de Colorado, fosse vendida completa ou parcialmente para empresas de carne norte-americanas. "Baseado em conversas recentes que tivemos com Smithfield, Tyson e outras empresas da indústria de carnes, a esperança era pela consolidação e não de um novo participante", disse John McMillin, analista da Prudential Securities, em um relatório de pesquisa.

"Exatamente o quanto a Friboi será competitiva ainda está para ser visto", complementou. A carne brasileira crua foi proibida nos mercados norte-americanos por causa de problemas com febre aftosa, disse Jim Robb, economista do Livestock Marketing Information Center em Colorado.

Mas as participações no mercado podem mudar mais para frente, se a JBS-Friboi vender algumas unidades da Swift, como é esperado. A empresa brasileira já declarou que a unidade suína pode ser "vendida, ampliada ou mantida", mas analistas ainda acreditam que algumas unidades de carne bovina também podem ser alienadas.

"Eles têm muita dívida. Farão algumas mudanças. Eu não sei como eles não podem aparecer com outra venda em dois ou três anos", disse Rich Nelson, analista de criação de animais da Allendale, uma empresa de corretagem de Chicago. "A carne suína é a jóia da companhia. A finalização da bovina é operada bem abaixo da capacidade".

A JBS-Friboi comprou a Swift por US$ 225 milhões em dinheiro e assumiu US$ 1,2 bilhão em dívidas. A Swift estava em dificuldades há algum tempo, prejudicada por uma perda nas exportações de carne bovina no começo de 2003, quando os EUA relataram seu primeiro caso da doença da vaca-louca, e por perdas em 2006, quando agentes de imigração norte-americanos fiscalizaram as fábricas da companhia como parte de uma investigação de roubo de identidade envolvendo imigrantes.

As fiscalizações custaram à companhia algo entre US$ 45 milhões e US$ 50 milhões em perdas de rendimentos e custos para recrutar e treinar novos trabalhadores. A unidade de suínos da Swift, que possui três fábricas, é considerada a mais lucrativa das três unidades da companhia, mas a JBS-Friboi disse que essa parte pode ser vendida.

"Nós não trabalhamos com suínos, não é nosso negócio", disse em teleconferência Joesley Mendonça Batista, presidente-executivo da JBS-Friboi. A companhia pode decidir dentro de um ano se venderá a seção de suínos, e Batista reconhece que é uma opção bastante válida. Mas analistas e economistas disseram que se partes da unidade de bovinos da Swift não forem vendidas exigirão investimentos significativos.

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