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Conab fecha armazém e milho tem alta de preço no CE

Unidade abastecia de sementes os produtores de Tauá, causando o desequilíbrio na demanda da zona rural


Unidade abastecia de sementes os produtores de Tauá, causando o desequilíbrio na demanda da zona rural

Tauá - Os agricultores deste Município, na Região dos Inhamuns, estão preocupados com relação ao preço das sementes, principalmente, do milho, para os próximos meses. O momento é de incerteza após o fechamento do escritório local da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta semana. O órgão vendeu o último estoque, 7 mil sacos de milho, e desativou o prédio para o Governo do Estado, que constrói uma Escola Profissionalizante. O quadro é desolador.


O Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município prevê uma grande perda para a agricultura local e da região. Cerca de 2 mil agricultores eram cadastrados e somente este ano o escritório, que atuava com a venda em balcão, comercializou 135 mil sacas de milho.

Sem a presença da Conab no Município, mantendo o abastecimento da produção agrícola e o equilíbrio de preços dos produtos, o abastecimento de grãos estaria ameaçado, bem como o valor. Agora a expectativa dos produtores rurais da região é que o preço dos grãos dispare na mão de atravessadores e comerciantes no Município.

Expectativa já confirmada, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, João Evonilson, informando que, com a desativação do escritório, o preço do milho já subiu mais de 30%. "Estava sendo comercializado na cidade a R$ 30,00 e já saltou para R$ 40,00 a saca de 60kg. É uma perda que não dá para avaliar, tais as enormes consequências que acarretarão na vida dos agricultores e na economia de Tauá e de toda a região. A subida de R$ 10,00 no preço do milho já anuncia as grandes perdas, pois a Conab agia na regulação dos preços. Com o fechamento do órgão, o atravessador agora será beneficiado", lamenta o presidente do Sindicato Rural.

De acordo com Evonilson, o encerramento das atividades da Conab local vinha sendo anunciado há algum tempo. Mas não de forma oficial. E para ele, os comentários não se tornariam realidade, dada a importância do órgão no Município. O Sindicato agiu. "Não sabemos de fato os motivos do fechamento e não acreditávamos que viesse a acontecer de fato. Enviamos ofícios à própria direção da Conab e a outros órgãos solicitando a reversão dessa situação", avisa.

Distância

Não só produtores rurais de Tauá eram assistidos pela unidade. Mas também dos Municípios de Arneiroz, Quiterianópolis, Independência, Aiuaba, Parambu, Mombaça e Boa Viagem. Toda essa população, cerca de 2 mil agricultores, ficará prejudicada. Terão que enfrentar grandes distâncias para serem atendidos. Os escritórios mais próximos estão instalados em Crateús, Senador Pompeu e Iguatu. A Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Agricultura, tenta manter o escritório no Município. Com isso, participou de reuniões com o próprio Sindicato e representantes dos movimentos sociais, e articulou um encontro com a superintendência da Conab no Estado. Verônica Lima, secretária de agricultura, afirma que aguarda técnicos do órgão para definir um novo local para a unidade.


"Já apresentamos para a Superintendência da Conab três propostas de terreno, doados pela Prefeitura para garantir a manutenção da unidade em Tauá. Não aceitaremos perder esse importante equipamento. Estamos criando todas as alternativas para a permanência da unidade no Município", disse.

A direção da Conab explica que a unidade funcionava desde 2001 em caráter excepcional. Havia sido desativada nesta época e, desde então, se tornou um núcleo vinculado ao escritório de Crateús. "O fechamento ocorreu porque o imóvel foi vendido ano passado para o Governo do Estado, que está construindo uma Escola ao lado. Não podemos ficar do lado da Escola, então encerramos as atividades para entregar o prédio ao proprietário", justifica Eudes Guedes, superintendente interino da Conab Regional no Ceará.

Segundo Guedes, a Prefeitura de Tauá tenta a continuidade do escritório e ofertou um local para a remoção da estrutura para uma nova unidade. "Há a possibilidade de abertura dessa nova unidade, porém não depende de nós. Faremos esforços para conseguir, mas não há previsão", adianta.

Estoques

7 mil sacas de milho foram vendidos pela Conab, provenientes de seus últimos estoques no armazém que agora se encontra fechado no Município de Tauá 

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