Condições climáticas colocam safra de grãos em momento crítico, diz economista
Situação deve representar uma redução de pelo menos 11 milhões de toneladas na safra nacional de soja
Foto: Ico Pilau
O Boletim de Monitoramento Agrícola da CONAB de janeiro trouxe à tona preocupações sobre a safra de grãos brasileira de 2023/24, conforme comentários do economista do Sicredi, Filipe Kalikoski. As condições climáticas desfavoráveis, caracterizadas pela falta de chuva e temperaturas altas no Centro-Oeste e Norte do país, resultaram em quebras significativas na produção de soja em estados como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, devido ao fenômeno El Niño.
Segundo as projeções do Sicredi, essa situação deve representar uma redução de pelo menos 11 milhões de toneladas na safra nacional de soja em comparação com as estimativas iniciais da CONAB.
À medida que o milho 2ª safra começa a entrar em cena, Kalikoski ressalta a importância de monitorar de perto o progresso da colheita da soja e o avanço do plantio do milho. Previsões climáticas indicam grandes volumes de chuva no Centro-Norte do Brasil para as próximas semanas, e é essencial que essas chuvas não prejudiquem a colheita da soja, permitindo que progrida sem contratempos.
O economista alerta para um cenário desafiador caso ocorra atraso no plantio do milho 2ª safra, especialmente em um ano de El Niño, com chuvas que podem se encerrar mais cedo. Com os produtores reduzindo a área plantada de milho e investindo menos em tecnologia produtiva devido à queda nas cotações, fatores como as condições climáticas tornam-se críticos para o desfecho positivo da safra.
A combinação de uma quebra na safra de soja, possível atraso no plantio do milho 2ª safra e queda nos preços dos grãos demanda atenção especial do agronegócio brasileiro, conclui Kalikoski, destacando a importância de estratégias adaptativas e monitoramento contínuo diante das incertezas climáticas e do mercado.
