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Conflito no Iraque ameaça culturas de inverno no Brasil


O início de um conflito armado no Iraque nos próximos dois meses representa uma ameaça às culturas de inverno do Brasil, principalmente em relação ao trigo, cevada e centeio, além do milho. O risco, embora ainda hipotético, pode provocar um efeito cascata inflacionário nos preços de alimentos ligados a tais cadeias como biscoitos, massas, suínos, aves e ovos.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos Agrícolas (Sindag), José Roberto Da Ros, tudo vai depender se os estoques de adubos e defensivos agrícolas dos produtores de culturas de inverno, cujo plantio se inicia em meados de maio, estiverem baixos e do conflito realmente se confirmar. O executivo alerta que a nova safra 2003/04 deverá sofrer ainda mais o impacto da guerra no Oriente Médio, uma vez que não haverá tempo hábil para estocagem. “Não dispomos de estatísticas sobre os estoques do setor em termos de defensivos. Mas, nossa dependência das importações desses produtos é bastante grande,” ressalta.

Excluindo-se adubos e o ‘trio’ NPK (Nitrogênio, Fosfório e Potássio), o mercado de defensivos agrícolas – herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas– movimenta US$ 1 bilhão e pelo menos 320 mil toneladas em importações. “A ocorrência de uma guerra no Iraque aumentaria o preço do petróleo e elevaria ainda mais a desvalorização do Real frente ao dólar, aumentando e muito os custos de produção.”

Segundo dados de estudo realizado em parceria entre o Sindag e o Departamento de Agricultura (Deral), em função principalmente da desvalorização do Real, os preços dos defensivos aumentaram 11%, em média, de outubro de 2001 a novembro do ano passado. A maior parte dos defensivos agrícolas é adquirida pelos produtores por meio de financiamentos concedidos pelas próprias fabricantes desses produtos.

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