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Congresso aborda inovações e desafios em sistemas produtivos relacionados ao solo

O evento termina hoje, quinta-feira (29/09) em Bento Gonçalves.


Durante painel realizado na manhã da última quarta-feira (28/09), no 31º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, evento que ocorre no hotel Dall?Onder, em Bento Gonçalves, até hoje, quinta-feira (29/09), o público pôde acompanhar palestras sobre a Inovações e desafios em sistemas produtivos, o qual destacou a integração das atividades das culturas de milho e sorgo com a conservação de solo e técnicas de manejo e controle de pragas e ervas daninhas. 

Na ocasião, palestraram o assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar na área de solos, Edemar Valdir Streck, que abordou o Sistema de plantio direto com foco na conservação do solo; o professor Aldo Merotto Júnior da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que abordou as Inovações tecnológicas e importância do manejo de plantas daninhas na cultura do milho para o sistema de produção agrícola; e a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, Ana Paula Schneid Afonso da Rosa, que falou sobre o Manejo Integrado de Pragas. O painel teve mediação do pesquisador da Fundação Estadual Pesquisa Agropecuária (Fepagro), André Dabdab Abichequer.

Streck destacou a importância de se planejar a produção, iniciando com a análise do solo, para qualificar a produção e garantir uma boa produtividade para as lavouras. ?Hoje, o que fazemos é uma semeadura direta. Plantamos trigo, soja e aveia em plantio direto. Isso não é sistema. Desta forma, produzimos pouca quantidade de palhas, raízes e resíduos culturais, ocasionando a compactação do solo. Precisamos instalar um sistema de plantio direto de fato?, enfatizou o assistente técnico.

Segundo o palestrante, é preciso primeiro analisar a compactação e a profundidade e diagnosticar a fertilidade do solo, avaliando a necessidade de fazer a correção do mesmo. ?Detectada a acidez e o nível de presença de alumínio, recomendamos instalar um sistema de manejo, com diversificação de culturas, e colocar gramíneas após a cultura da soja, para recuperar a estrutura do solo, seja com milheto, milho ou capim sudão, entre outros?, orientou. Contudo, Streck lembra que o período para a implantação dessas culturas é muito curto, precisando ser realizada no pós colheita da soja, entre fevereiro até de 10 de março. ?Depois desse período não é mais possível instalar um sistema de uma cultura com milheto e com capim sudão, porque virá a geada nos meses de abril e maio, reduzindo a produção de resíduos culturais?, orientou.

Havendo a necessidade de correção de solo, em função da acidez e dos índices de alumínio, o assistente técnico explica que a utilização do calcário é a alternativa adequada, além de revolver o solo até 20cm de profundidade. Segundo o assistente técnico, o ideal é a produção de 12 toneladas de palha por hectare para a cobertura do solo. ?Por isso o sistema tem que ser planejado, pensado de um ano para outro?, recomenda. Havendo necessidade, e posterior a esse processo, é analisada a necessidade da implantação de terraços para controlar o escoamento da água da chuva, de forma a manter os nutrientes no solo.

Dando continuidade às palestras, o professor Aldo Merotto Júnior falou sobre o controle de plantas daninhas nas lavouras com a utilização de herbicidas. O palestrante destacou o aumento da resistência das plantas aos herbicidas, ocasionada pelo manejo inadequado desses produtos nas lavouras. ?Quem maneja a lavoura para a resistência a herbicidas adequadamente, hoje terá a oportunidade de escolher as tecnologias mais econômicas para o futuro. Pensar ou racionalizar sobre a resistência aos herbicidas, mesmo em casos onde isso ainda não ocorra, é uma necessidade evidente para o manejo de qualquer sistema de produção, em qualquer cenário da nossa agricultura?, alertou. Segundo Merotto, atualmente existem 250 espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas.

A pesquisadora Ana Paula Schneid Afonso da Rosa analisou o Manejo Integrado de Pragas (MIP) realizado na região de Pelotas. A pesquisadora apontou como dificuldade o reconhecimento dos insetos que atacam as lavouras, gerando o uso incorreto de herbicidas. Ana Paula destacou a utilização de feromônios e o pano de batida para a captura, reconhecimento e análise da incidência dos insetos presentes nas lavouras. ?Para o manejo integrado de pragas na região de terras baixas, como é o caso da região de Pelotas, é preciso que seja realizado em conjunto o monitoramento, rotação de modos de ação, plantio em camalhões e

rotação de culturas. Assim esse sistema funcionará?, ressaltou.

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