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Conheça o império da linguiça toscana

Pesquisa encomendada pela Ocepar revela que a Frimesa é a marca de cooperativa mais lembrada entre os paranaenses


Os números são impressionantes. Em Medianeira, no Oeste do Paraná, a Frimesa - central de cinco cooperativas filiadas - produz 170 quilos de linguiça toscana por minuto. Haja churrasco para absorver toda a produção desta marca: são 246 toneladas de toscana por dia, e a linguiça é apenas um dos 439 produtos que essa agroindústria coloca no mercado. Além da carne suína, a cooperativa também comercializa leite e derivados. Só no chamado leite UHT, são 3 milhões de litros por mês.

Não foi surpresa, portanto, quando a central de cooperativas recebeu a notícia de que é a empresa mais lembrada entre os consumidores e não consumidores de produtos fabricados por cooperativas paranaenses em um levantamento realizado pelo Instituto Datacenso, encomendado pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). “Essa informação que veio da pesquisa foi fantástica e mostra que estamos no caminho certo”, diz Valter Vanzella, presidente da Frimesa.

No total, foram realizadas 1.023 entrevistas presenciais (523 consumidores e 500 não consumidores) em supermercados paranaenses, ao longo do mês de agosto, nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Pato Branco. Segundo Robson Mafioletti, superintendente da Ocepar, o objetivo era descobrir a imagem que os consumidores têm dos produtos e serviços das cooperativas no Paraná. “O resultado foi muito positivo. No total, 96% dos consumidores disseram que estão satisfeitos ou muitos satisfeitos. Isso mostra que estamos no caminho certo”, explica. 

Segundo Vanzella, o segredo foi ter apostado na marca criada há mais de 50 anos. O nome Frimesa vem de Frigorífico Medianeira SA, uma empresa de capital fechado, que faliu e foi incorporada pela antiga Cooperativa Central Agropecuária Sudoeste (Sudcoop), em 1979. A partir daquele ano, o nome batizava apenas as carnes, enquanto os laticínios usavam outras marcas como Régio, Rei do Oeste e outras. A virada aconteceu em 1997. “Quando assumi a empresa, adotamos Frimesa para todos os produtos. Juntamos as marcas e fizemos uma propaganda que ficou famosa, em que um suíno tomava leite de uma vaca”, lembra Vanzella.

A estratégia deu tão certo que a Sudcoop deixou de existir e, em outubro de 2006, Frimesa passou a ser a razão social da central de cooperativas. “Em 2005, nós abatíamos 1,5 mil suínos. Hoje abatemos 6,9 mil. E arrendamos uma planta para abater mais 1,4 mil. Nosso crescimento no primeiro semestre deste ano foi de 15%, acima da inflação do País. Isso indica que vamos continuar sendo uma grande empresa”, conta o presidente.

Em 1997, a Frimesa faturou R$ 161,1 milhões. Apenas duas décadas depois, a cifra saltou para R$ 2,9 bilhões. Atualmente, a cooperativa entrega 30 milhões de quilos ou litros de produtos nas redes varejistas de todo o Brasil. “Claro que temos uma presença mais forte no Sul, mas estamos ganhando espaço, principalmente em São Paulo. Estamos envolvidos com estratégias de marketing que estão gerando resultados satisfatórios”.
Nova planta

Em Assis Chateaubriand, também no Oeste do Paraná, começaram as obras do maior frigorífico da América Latina. Quarta maior empresa do setor no Brasil, a central de cooperativas Frimesa quer triplicar o abate de suínos na próxima década. Com investimentos que somam quase 1 bilhão de reais, a cooperativa quer chegar em 2030 abatendo 22 mil cabeças de suíno por dia. “Se for comparar com os últimos anos, não é um crescimento tão absurdo assim”, diz Vanzella.

Para o presidente, o resultado da pesquisa da Ocepar dá o respaldo para investimentos como esse. “Criar e industrializar suíno não é a tarefa mais difícil. Difícil é vender. Se não vender, não viabiliza. E gostamos de saber que temos esse relacionamento com o consumidor. Que ele pensa na gente quando quer comprar qualidade”.

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