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Consultoria Credit Lyonnais projeta safra mundial em 120,9 milhões de sacas


(31/10/2003 - Coffee Break) -A consultoria Credit Lyonnais Rouse emitiu um novo relatório sobre a produção e disponibilidade internacional de café. De acordo com a empresa, o Brasil deverá registrar na atual safra uma produção de 44,5 milhões de sacas, o que significa uma alta de 48,83% em relação ao estimado pela Credit para a safra anterior, 29,9 milhões de sacas. Essa previsão é ligeiramente inferior a estimativa anterior da consultoria. A empresa ressaltou que tal diminuição se deve, principalmente, a uma quebra no conillon brasileiro, devido à estiagem dos últimos meses. A Credit Lyonnais Rouse observou que o déficit do mercado internacional de café, em 2002/03, deverá chegar a 9,6 milhões de sacas, contra 9 milhões de sacas projetadas anteriormente. Na safra 2001/02, a empresa havia aferido um excedente de 101,3 milhões de sacas. Para 2002/03, a produção mundial aferida foi de 101,3 milhões de sacas, contra 125,75 milhões de sacas do ano anterior. Do volume aferido, 60,9 milhões são de arábica e 40,4 milhões de robusta. Para o novo ano safra, iniciado em outubro, a empresa projeta uma colheita mundial de 120,9 milhões de sacas, sendo 77,9 de arábica e 43 milhões de sacas de robusta.

Peru — Os embarques do Peru atingiram a marca de 315.500 sacas em setembro, informou o Escritório Nacional de Café do Peru. O volume aferido pela entidade é 23,57% menor que o verificado em setembro do ano passado, quando 410.175 sacas foram remetidas ao exterior pelo país. Com os números consolidados de setembro, os embarques do ano safra 2002/03 foram fechados. Nesse período, a nação sul-americana remeteu 2.663.695 sacas ao exterior, contra 2.759.919 sacas do ano safra anterior, queda de 3,49%.

Mercado — A consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit) apresentou seus dados sobre o comportamento do mercado internacional de café. A empresa prevê que os preços internacionais da commodity podem cair de maneira modesta em 2004. Segundo o estudo da EIU a oferta deverá exceder ligeiramente a demanda global. Em 2005, os preços deverão ficar estáveis. A consultoria dispõe que, embora os preços do café devam declinar ao longo do próximo ano, tal queda não seria das mais radicais, já que a disparidade entre oferta e demanda deverá ser mais apertada nos próximos anos safra.

Demanda ascendente — A demanda interna de café nas Filipinas está crescendo. De acordo com o Departamento de Agricultura do país, essa alta está se dando por fatores diversos, como o maior número de crianças consumidoras de café, assim como a maior oferta de cafeterias. Um estudo do governo local indica que, apenas na cidade de Manila, houve um crescimento de 400% no número de cafeterias se comparado com o verificado há quatro anos. Diante do crescimento da demanda, o governo local busca formas de revitalizar o segmento cafeeiro. Nos últimos anos, as áreas plantadas com café nas Filipinas vêm apresentando redução. Segundo o Departamento, em 2001, a área plantada no país chegava a 131.991 hectares, contra 148.404 hectares de 1998. A produção local em 2001 chegou a 20.000 toneladas métricas, ao passo que a demanda somou 55.000 toneladas métricas, gerando um déficit de 35.000 toneladas.

Alíquota — A reforma tributária que vem tramitando no Senado poderá fazer com que os insumos agrícolas sejam taxados pela alíquota mínima. Essa proposta, apresentada pelo senador Osmar Dias (PDT/PR) foi acolhida pelo relator da reforma na casa, Romero Jucá (PMDB/RR). De acordo com Dias, a alíquota sobre os insumos dever ser de 4%, a mesma que deverá incidir sobre os alimentos da cesta básica e sobre os medicamentos. A proposta anterior, aprovada na Câmara dos Deputados, fixava a alíquota de 12% para os implementos agrícolas. Caso essa tarifa fosse estabelecida, calculam analistas agrícolas, os preços dos insumos teriam um aumento de pelo menos 6% em relação ao atualmente praticado.

Desabastecimento — O presidente da Asicaf (Associação dos Industriais de Café da Venezuela), Nelson Moreno, informou que 22 empresas torrefadoras do país encontram-se paralisadas e 23 outras, em uma semana, estarão impossibilitadas de produzir, devido a falta de matéria-prima em seus estoques. Moreno explicou que desde a aprovação do controle de câmbio e de preços, no último mês de janeiro, as exportações do produto foram beneficiadas, afetando diretamente o mercado interno. “Entre fevereiro e setembro, tivemos a exportação de 257 mil sacas, quando tínhamos um excedente muito menor que isso. Isso está fazendo com que muitas empresas simplesmente parem suas atividades”, destacou. O empresário observou que a Asicaf deseja que o governo passe a proibir as exportações nos dois últimos meses deste ano. "Caso contrário, não teremos matéria-prima para janeiro", observou. Moreno dispôs que uma saca de 46 quilos no mercado internacional pode ser vendida a até 51 dólares. Ele lembrou que esse nível de preço não pode ser acompanhado pelos industriais, já que haveria a necessidade de se reajustar de maneira muito agressiva os preços para o consumidor. Tal fato, segundo ele, inibiria de maneira drástica o consumo. "As indústrias de processamento não têm condições de pagar mais do que desembolsam atualmente pelo café", disse. Para o dirigente, a melhor saída para o setor cafeeiro venezuelano seria a aprovação de subsídios diretos aos produtores, o que permitiria regular os preços internos. "Devemos ter decisões rápidas sobre o assunto, pois a cada dia que passa uma nova empresa fica sem condições de operar", finalizou.

Indústria — O Vietnã vai ganhar, no próximo ano, uma nova processadora de café. A nova empresa será da Trung Nguyen, que lidera o processamento do grão no país asiático. A nova unidade, orçada em 10 milhões de dólares, será implementada na cidade de Buon Me Thuot, no departamento de Dak Lak. A expectativa da Trung Nguyen é colocar a nova fábrica em funcionamento no segundo semestre do próximo ano. A fábrica deverá produzir café do tipo exportação. Para tanto, a empresa buscará realizar parcerias internacionais, visando garantir o fornecimento de matéria-prima de qualidade. A Trung Nguyen já conta com 400 cafeterias no Vietnã, além de contar com empresas em outros países da região, como a Tailândia e Cingapura.

Problemas — Os países centro-americanos continuarão a sofrer as conseqüências da crise do café em suas produções no ano de 2004. Projeções de entidades cafeeiras locais apontam que países como El Salvador e Costa Rica deverão colher menos café na safra iniciada neste mês. De acordo com o Instituto de Café da Costa Rica, o país teve um abandono de 5% das lavouras. A perspectiva para este ano safra é que uma redução de 4,1% na produção se verifique, com uma produção de 2,147 milhões de sacas, ao passo que as exportações deverão somar 1,889 milhão de sacas, com baixa de 2,9%. El Salvador também projeta uma baixa. Segundo o Conselho Salvadorenho de Café, o país deverá ter uma produção total de 1,266 milhão de sacas em 2003/04, 2,6% a menos que o aferido no ano anterior. Os embarques da nação centro-americana deverão ter queda de 7,4%, indo para 1,215 milhão de sacas.


Em destaque

* A Tailândia registrou a exportação de 90.334 sacas entre janeiro e agosto deste ano, divulgou o Ministério da Agricultura do país. O volume é 15,96% maior que o aferido no mesmo período do ano passado, 77.900 sacas. O principal destino dos cafés tailandeses foi a Polônia, sendo seguida pelo Estados Unidos.

* O Escritório de Café da Índia efetuou a permissão de embarque de 3,242 milhões de sacas do grão entre 1º de janeiro e 24 de outubro. O volume verificado é 1,80% superior ao verificado no mesmo período do ano anterior. As exportações efetivas até o dia 24 de outubro chegaram a 2,985 milhões de sacas, contra 3,138 milhões de sacas do mesmo período de 2002, queda de 4,87%. Desde o início da safra atual, em 1º de outubro, já foram permitidas exportações de 200.000 sacas, contra 176.000 sacas do ano safra anterior.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

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