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Controle da ferrugem asiática


Monitoramento e outras técnicas de prevenção ainda são as melhores medidas para controlar o fungo causador da ferrugem asiática (Phakopasora pachyrhizi) em Mato Grosso. Os procedimentos de manejo e formas para tornar as aplicações de fungicidas mais eficientes têm sido divulgados pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso – Fundação MT, que já apresentou neste final de ano palestras nos principais municípios produtores de grãos do Estado, além de dois de Goiás e um de Mato Grosso do Sul.

As palestras foram realizadas entre os dias 29 de novembro e 11 de dezembro e contaram com a presença de mais de 5 mil produtores rurais. Além da ferrugem asiática também foram abordados o manejo e controle de outras pragas da soja, como lagartas e o percevejos-castanhos.

“Este ano os produtores estão se mostrando mais conscientes e bem preparados para lidar com a ferrugem asiática, por isso esperamos que o controle da doença seja mais eficiente do que no ano anterior. O clima também está mais seco, o que dificulta a propagação do fungo”, afirma Fabiano Siqueri, pesquisador da área de Proteção de Plantas da Fundação MT.

Em 2004, a ferrugem asiática provocou grandes prejuízos às lavouras e à economia do país. Levantamentos que vêm sendo feitos indicam que a doença já causou perdas de 5 milhões de toneladas de soja. Esse volume representou para o agronegócio um rombo estimado em US$ 2 bilhões.

Segundo informações do Consórcio Anti-Ferrugem, formado por pesquisadores de instituições públicas e privadas que trabalham no combate à ferrugem asiática, na safra 2004/2005 já foi detectada a presença da doença em 5 estados: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Maranhão. Em Mato Grosso entre os municípios onde já ocorreram registros de focos da doença estão Brasnorte, Ipiranga do Norte, Sinop, Lucas do Rio Verde, Sapezal, Nova Mutum, Campos de Júlio, Diamantino, Dom Aquino, Rondonópolis, Jaciara, Pedra Preta e Alto Garças.

Em Primavera do Leste, também foram registrados focos da doença, mas a situação é atípica. “Em Primavera do Leste a ferrugem asiática apareceu nas lavouras ainda no estágio vegetativo, diferentemente do restante do estado onde a doença tem surgido depois do florescimento”, explica Fabiano Siqueri.

Estratégia de manejo:

Conforme o pesquisador da Fundação MT, o monitoramento correto das lavouras é a principal arma do produtor no combate e controle da doença. “O ideal é que o produtor faça o monitoramento três vezes por semana, coletando no mínimo 3 pontos com trezentas folhas por ponto, atendo-se principalmente às folhas baixeiras”, alerta Siqueri.

Como identificar a doença?

Com um pouco de atenção ao monitorar a lavoura, o produtor consegue identificar a doença. De acordo com a Embrapa Soja, os primeiros sintomas da ferrugem se manifestam pelo terço inferior ou médio da planta e aparecem como minúsculas pontuações mais escuras que o tecido sadio da folha.

Para identificar a doença no início, deve ser realizado um monitoramento cuidadoso, com a coleta de diversas folhas da parte inferior/média da planta e observando contra a luz para verificar a presença de pontos escuros. Embora doenças como a mancha parda (Septoria glycines), o crestamento bacteriano (Pseudomonas savastanoi pv glycinea) e a pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv glycines) causem sintomas semelhantes, a confirmação da ferrugem asiática é feita pela constatação no verso da folha (face abaxial), de saliências semelhantes a pequenas feridas (bolhas), que correspondem à estrutura de reprodução do fungo (urédias). Essa observação é facilitada com uma lupa de 10 a 20 aumentos.

No caso de dúvidas, o agricultor pode também recorrer a um exame laboratorial em uma das instituições de pesquisas que lidam com o combate da doença.

Na hora certa:

As aplicações de fungicidas também são aliados no controle da ferrugem asiática, mas como ressalta o pesquisador Fabiano Siqueri é necessário que o produtor faça as aplicações na hora certa.

“Caso não ocorra a doença até o florescimento, estamos indicando aos produtores, como medida preventiva, que façam uma aplicação de triazol mais estrobilurina ou triazol mais benzimidazol a partir do florescimento. Nos casos de ocorrência da doença antes do florescimento, estamos indicando como controle curativo a aplicação do triazol”, afirma Siqueri.

Informações atualizadas sobre a ocorrência de focos da ferrugem asiática no estado podem ser encontradas no site da Fundação MT, no seguinte endereço eletrônico: www.fundacaomt.com.br/ferrugem/areas.html. No caso de maiores informações sobre as aplicações de fungicidas é importante que os produtores busquem orientação técnica especializada.

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