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Cooperativa de avestruz já mira o mercado externo

Os produtos como carne, couro e plumas do avestruz são de alto valor agregado


Com a implantação da industrialização na região Norte de Mato Grosso, novos nichos de mercado começam a surgir. Em Colíder (160 km de Sinop), alguns produtores já apostam na estrutiocultura, isto é, na criação de avestruzes. A cultura é regulamentada pela Instrução Normativa Conjunta número 2, de 21 de fevereiro de 2003, que aprova o Regulamento Técnico para Registro, Fiscalização e Controle Sanitário dos Estabelecimentos de Incubação, Criação e Alojamento de Ratitas (aves que não voam) e muito rentável. Os produtos como carne, couro e plumas do avestruz são de alto valor agregado, a ave é 100% aproveitável.

No município foi criada a Cooperativa dos Criadores de Avestruzes do Mato Grosso (Cocamat), para atender os estrutiocultores nas dúvidas e investimentos dos plantéis. Fundada em julho de 2003, hoje a entidade já conta com 35 cooperados de cidades como Colíder, Sinop, Nova Bandeirantes, Barra do Bugres, Tangará da Serra, Marcelândia, Juara e Guarantã do Norte. O presidente da Cocamat, Almir Rocha, explica que a cultura ainda caminha a passos lentos, mas que tem excelentes chances de alcançar o mercado externo. “Esse é um negócio novo, poucos acreditam e muitos têm medo porque exige investimentos grandes”.

A Cocamat atua com uma fábrica de ração, que vende 30 toneladas por mês, e uma chocadeira com capacidade para 1.008 ovos serem chocados a cada seis semanas, uma média 200 ovos por semana. Em toda a região, existem hoje, aproximadamente três mil ratitas. Rocha afirma que a expectativa para este ano é que nasçam dois mil filhotes, que serão abatidos no ano que vem. “Passamos três anos só tratando os animais para que as fêmeas começassem a botar e sem retorno algum pelo investimento, que foi caro. Porém, agora teremos a compensação, já que a vida produtiva do avestruz é longa”. A fêmea do avestruz começa a botar com três anos e continua por mais 35 a 40 anos.

O custo de produção de um animal para abate, que consome 300 quilos de ração por ano, é em média R$ 200, pois. A ave, que pode ser abatida com um ano de vida, é vendida em pé, por R$ 8 a R$ 9 reais o quilo. Como cada uma pesa em torno de 80 a 120 quilos, o abatedouro paga cerca de R$ 800 a R$ 900 em cada animal. “Precisamos melhorar essa negociação, haja visto que a carne é considerada nobre e paga-se muito caro por ela abatida. Da mesma forma é com o couro e a pluma, hoje a nossa produção ainda não é valorizada”, acrescentou o presidente da Cocamat.

Ele garantiu, ainda, que até o fim deste mês, a cooperativa fará a primeira venda de aves para abate. “Já fechamos com um comprador de São José do Rio Preto. Até a casca do ovo ele vai adquirir, pois se usa muito para artesanato em São Paulo”.

Os criadores cooperados à entidade trabalham com uma média de dez ovos por fêmea/ano. A intenção deles é de trabalhar o melhoramento da genética dos animais, para que cheguem a uma média de 50 ovos/ano. “Isso para nós é viável porque investiríamos em genética, alcançaríamos um melhor resultado produtivo, e o melhor, sem acréscimo no custo de tal investimento. Ou seja, triplicamos a produção na mesma área de terra que dispomos e com mesmo gasto de ração, as fêmeas melhoradas geneticamente botariam mais ovos, mas comeriam a mesma quantidade. Por exemplo, 300 fêmeas produzem hoje três mil filhotes em 45 alqueires. Podemos aumentar a produção para nove mil ovos, com 30 filhotes por fêmea”.

Em 1995, começaram a chegar as primeiras aves no Brasil, importadas destinadas a criação comercial de avestruzes. Hoje o país tem um plantel em formação, de cerca de 200 mil aves distribuídas em várias regiões.

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