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Cooperativa Lar cresce no Paraguai

Faturamento do outro lado da fronteira deve crescer 16% no próximo ano, para US$ 33 milhões



Faturamento do outro lado da fronteira deve crescer 16% no próximo ano, para US$ 33 milhões. O crescimento da produção agrícola paraguaia, principalmente nas regiões de fronteira com o Brasil, por conta de uma extensa colônia de "brasiguaios" - colonos brasileiros que foram explorar as terras do país vizinho nos últimos 25 anos -, está fazendo com que empresas brasileiras invistam no país vizinho como se ele fosse uma extensão natural das suas atividades. A Cooperativa Agroindustrial Lar, de Medianeira, no extremo oeste paranaense, cidade situada a menos de 60 quilômetros da fronteira, viu seus negócios baseados no Paraguai evoluírem de US$ 16,7 milhões em 2002 para U$ 28,4 milhões em 2005, e tem uma previsão deles crescerem para US$ 33 milhões em 2006, algo próximo a 10% do seu faturamento, que deve atingir R$ 950 milhões neste ano. "Nosso interesse começou há seis anos de uma maneira muito natural porque a soja paraguaia destinada ao Porto de Paranaguá passava pela estrada que fica em frente à cooperativa", conta Luiz Hoflinger, diretor vice-presidente. "Resolvemos comprar esta soja até porque o que conseguíamos obter de nossos associados só atendia a metade da necessidade de uma indústria de óleos implantada na época para processar 1 mil toneladas diárias", acrescenta. Hoje a Lar opera no país vizinho com uma espécie de subsidiária, a Lar SRC. O projeto de expansão na fronteira com o Brasil está em vias de receber o primeiro financiamento concedido a uma empresa localizada num país estrangeiro pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conforme uma intenção anunciada pelo presidente Lula em 2004. BNDES no Paraguai No total, serão R$ 6,2 milhões que serão repassados para a construção de duas estruturas de armazenamento com capacidade de 7,2 mil toneladas cada, com secador agregado. O financiamento foi aprovado e está em fase de liberação dos recursos. "O nosso interesse foi crescendo porque temos muitos associados que possuem terras no Brasil e também no Paraguai", relata Hoflinger. Ultimamente, o fato de o Paraguai cultivar quase que somente soja transgênica, reduziu o interesse da Lar por este produto e ela só adquire 1 milhão de sacas no país vizinho (já chegou a comprar 4 milhões de sacas), exportadas diretamente pelo porto de São Francisco do Sul (SC), ou pela hidrovia da Bacia do Prata. Em compensação, quase todas as 20 mil toneladas de mandioca que alimentam uma fecularia que produz amidos modificados usados na indústria de papel, é proveniente do Paraguai. "Tivemos de criar uma unidade de fomento para ampliar o plantio de mandioca no Paraguai em mais 1 mil hectares para garantir o abastecimento". O milho é outro produto importante na pauta para abastecer a indústria de frangos. O projeto no Paraguai começou com armazéns alugados, que ainda funcionam na Colônia Procópio, Tape Porã, Nueva Esperanza, Laranja Hay, mas, com a consolidação da operação, a cooperativa paranaense já possui unidades próprias em Mambacayu e está adquirindo outras no km 48 da Ruta Assuncion, num local conhecido como Colônia Margarita, além do investimento financiado pelo BNDES. A quarta maior Quarta maior cooperativa paranaense, a Lar hoje é francamente industrial, uma guinada que deu a partir de 1995. O braço industrial responde por quase 50% da receita prevista para 2005 e promete ser o grande indutor do crescimento dos próximos anos. Sua marca própria está prestes a chegar aos grandes centros como São Paulo. Uma primeira sondagem foi feita com a batata frita congelada, tipo palito, segmento onde a cooperativa comercializa 21 mil toneladas anuais e está brigando pela segunda posição no mercado nacional. Mas logo virão ervilhas, milho doce, brócolis, couve-flor, seleta de legumes e a mandioca tipo palito, entre outros produtos que por enquanto são comercializadas no Sul. Até aqui a origem destes produtos era praticamente desconhecida do consumidor porque, nos últimos anos, a Lar se especializou na produção para grandes cadeias de supermercados que vendiam com suas marcas próprias como o Carrefour, Pão de Açúcar e, atualmente, o Wal-Mart. Os próximos lançamentos neste mercado serão um tipo de polenta pré-frita e o pão de queijo. Na logística e distribuição, a Lar fez uma parceria com a Congelados Friozen. A estratégia de expansão tem garantido à cooperativa taxas de crescimento significativas: o número de associados quase que dobrou, de 5.271 no ano 2000 para perto de 8 mil em 2005; os funcionários passaram de 1.552 naquele ano para 3.651 atualmente; e o faturamento subiu de R$ 256 milhões há cinco anos para os atuais R$ 950 milhões.

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