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Cooperativas do Paraná unem produtores de cachaça


Os 130 pequenos produtores de cachaça das regiões oeste, sudoeste e do litoral do Paraná vão se unir em três cooperativas distintas. O objetivo, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal do Paraná (Aprocapar), Rogério Afonso Silva, é unir forças para firmar três marcas fortes de cachaça, que possam competir no mercado interno e externo já no próximo ano.

Com um investimento inicial estimado em R$ 100 mil por cooperativa, o coordenador do Projeto Cachaças do Paraná, Paulo Porsch, diz que a produção de cada unidade girará em torno de 300 mil litros por safra. Ele afirma que a formalização das cooperativas deve acontecer até setembro, mas a produção só irá começar em 2004, após finalizadas as pesquisas que criarão um blend próprio para cada cooperativa. "No final, teremos no mínimo seis diferentes tipos de cachaça no Paraná", explica.

Silva conta que o grande diferencial competitivo da cachaça paranaense é a produção totalmente artesanal, que não utiliza nenhum tipo de aditivo químico. "Nossa estratégia de marketing terá um apelo muito forte ao produto orgânico, que é muito valorizado no mercado externo e é a vocação do Paraná desde que se iniciou a produção no estado", considera.

Pólos produtores

Porsch estima que existam cerca de 400 produtores de cachaça no Paraná, concentrados em cinco pólos: oeste, sudoeste, litoral, norte pioneiro e a região de Ivaí/Prudentópolis. A produção anual é de 1 milhão de litros, que se destinam basicamente ao mercado interno, mais especificamente para o consumo em regiões próximas aos pólos. "Como 97,5% dos produtores atuam na informalidade, não há como divulgar as marcas para mercados maiores", avalia.

Ele conta que as cooperativas vêm tirar esses produtores da informalidade, permitindo capacitá-los e aumentar a produção já no próximo ano. "Só agora o setor está começando a se organizar e traçar objetivos mais amplos", considera Porsch, que também é consultor do Serviço de Apoio à Pequena Empresa do Paraná (Sebrae-PR), um dos parceiros do Programa Cachaças do Paraná, que também tem o apoio da Emater, do Programa Paraná 12 Meses, da Aprocapar e da Associação Paranaense dos Produtores de Cachaça de Alambique.

Com um preço médio de R$ 8 por litro, Porsch diz que a cachaça paranaense passa a ser mais competitiva com a lei estadual que a isenta do ICMS - que tinha incidência de 27,5% sobre a bebida até fevereiro. "Não havia nem como concorrer com a cachaça mineira, por exemplo, que chegava no Paraná com 12% de ICMS."

As ambições ante o mercado externo estão voltadas principalmente à Alemanha. Porsch explica que o país compra hoje 30% da cachaça vendida pelo Brasil e, para o Paraná, o mais interessante é a preferência dos alemães pelos produtos orgânicos. Outros países, como Estados Unidos, Bélgica, Espanha, Itália e Grécia, também estão na lista dos produtores paranaenses.

Vencendo o preconceito

No dia 9, por exemplo, o Programa Cachaças do Paraná estará presente na feira internacional de alimentos e bebidas Fancy Food, que se realizará em Nova York. "Nosso objetivo nesses eventos é desmitificar a cachaça paranaense, que ainda é vista como um produto marginal, de segunda linha", afirma Porsch

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