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Copom corta a taxa básica de juros para 26%


Sem nenhum viés de alta ou baixa, o Copom diante da pressão geral de autoridades e empresários tomou a decisão política de reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic), em 0,5 ponto percentual, para 26% ao ano. A decisão foi unâmine. Essa foi a primeira redução de juros promovida pelo BC no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

"As projeções de inflação indicam convergência para as metas. Em razão disso, o Copom decidiu por unanimidade fixar a taxa Selic em 26% ao ano, sem viés", afirmou o Copom em breve comunicado distribuído à imprensa. A ata da reunião que vai explicar o que levou o Copom a reduzir os juros sai na próxima semana.

A meta de inflação para este ano é de 8,5% e de 5,5% para o próximo ano. Apesar de estar em queda, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada no ano chega a 6,8%.

"Sinaliza que o processo (de redução de juros) começou. À medida que a inflação de curto prazo surpreenda, eles vão continuar cortando" disse Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management. "(No próximo mês) há espaço para queda de pelo menos 1 ponto percentual", acrescentou.

Nas últimas semanas cresceram as pressões para que o BC cortasse os juros, já que a inflação está desacelerando e a atividade econômica está muito fraca. Mesmo já sendo esperada, a redução da taxa decepcionou parte do mercado, que apostava em diminuição em 1 ponto percentual. Por isso, a Bovespa passou a cair e o dólar disparou na retomada dos negócios.

Desde a última reunião do Copom, em maio, todos os indicadores de inflação caíram e as projeções para o ano também. A inflação ao consumidor (IPCA) saiu de 0,97% em maio para 0,61% em junho. O índice serve de referência para a meta de inflação definida pelo BC, de 8,5% neste ano. Outro índice, que tem grande influência dos preços no atacado, o IGP-DI, saiu de 0,41% para uma deflação de 0,67% no mesmo período. O preço do dólar recuou 3,7% e o risco-país caiu para 685 pontos.

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O fato do BC cortar os juros não significa que vá produzir resultados imediatos na recuperação da economia real. A curto prazo, a taxa não cairia para o consumidor. É, porém, um sinal importante para o setor produtivo e certamente melhorará o cenário que se antevê para 2004.

Em janeiro, os juros foram elevados de 25% para 25,5% ao ano. No mês seguinte, o Copom elevou os juros em um ponto percentual e, desde então, manteve a taxa inalterada em 26,5% ao ano - o maior nível desde maio de 1999, quando estava em 27% ao ano.

Também em fevereiro, o BC decidiu pela elevação do compulsório sobre depósitos à vista de 45% para 60%. Nesta quarta-feira, havia a expectativa no mercado de que o BC anunciasse a redução do compulsório, o que não aconteceu.

Fonte: Terra/Invertia

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