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Cotações da soja em Chicago despencaram nesta semana

A base deste movimento continua sendo o clima favorável nos EUA e o litígio comercial entre EUA e China


As cotações da soja em Chicago despencaram nesta semana! O bushel fechou a quinta-feira (07) em apenas US$ 9,74, contra US$ 10,18 uma semana antes. Tal cotação não era vista desde o início de fevereiro do corrente ano.

A base deste movimento continua sendo o clima favorável nos EUA e o litígio comercial entre EUA e China.

No caso do clima, o mesmo caminha tão bem que o plantio se apresenta muito adiantado, com a qualidade das lavouras igualmente muito elevada. Até o dia 03/06 a área semeada com soja nos EUA chegava 87%, contra 75% na média histórica. Em relação as lavouras já plantadas, 75% apresentavam de boas a excelentes condições, 21% regulares e apenas 4% entre ruins a muito ruins. Por enquanto, tal performance deixa antever mais uma safra recorde nos EUA. O início da atual safra de soja estadunidense vem sendo considerado o melhor da história naquele país. Dito isso, obviamente o clima estadunidense continuará sendo um elemento decisivo até o início de setembro.

Quanto ao litígio comercial entre chineses e estadunidenses, as novas reuniões ocorridas no final de semana passado não deram resultados, embora a China tenha apresentado um “pacote” de medidas, incluindo importações importantes oriundas dos EUA, considerado tentador. Neste contexto, e apesar das dificuldades para um acordo, a China voltou a comprar soja estadunidense, porém, o governo Trump exige, agora, que os acordos comerciais entre os dois países leve em questão o que ele chama de “roubo de propriedade intelectual norte-americana por parte da China”. As posições protecionistas estadunidenses, aliás, estão provocando conflitos com outras regiões e países, caso da União Europeia e Japão, por exemplo.

Ao mesmo tempo, os Fundos compraram 8.800 contratos de soja grão e venderam 2.500 contratos de farelo de soja. Nesta semana os Fundos atingiam a 107.000 contratos comprados de soja em grão, o que deixa o mercado atento, pois um movimento de vendas poderá ocorrer na medida em que a nova safra estadunidense continue a se apresentar favorável. Poderá pesar igualmente em suas decisões os números que virão no próximo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 12/06.
 
Paralelamente, as exportações líquidas dos EUA, em soja, na semana encerrada em 24/05, chegaram a 273.400 toneladas, ficando 31% acima da média das quatro semanas anteriores. Ao mesmo tempo, as inspeções de exportação atingiram a 557.733 toneladas na semana encerrada em 31 de maio, acumulando no atual ano comercial 2017/18 um total de 46,8 milhões de toneladas, contra 51,1 milhões no ano anterior.

Enquanto isto, na Argentina a colheita da atual safra de soja chegava a 86% da área total no dia 31/05.

Já no Brasil, a vedete da semana continuou sendo o câmbio na medida em que o Real atingiu, na quinta-feira (07/06) a R$ 3,95 por dólar em alguns momentos do dia, cotação que não era vista desde março de 2016. Tal realidade impediu que os preços da soja recuassem muito em função do recuo de Chicago. A desvalorização do Real provocou novas intervenções do Banco Central brasileiro, porém, com sucesso pequeno por enquanto. No curto prazo os preços da soja tendem a melhorar no mercado interno nacional devido ao câmbio, porém, os custos de produção disparam. 

Neste contexto, a semana fechou com o balcão gaúcho pagando R$ 75,76/saco, na média, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 80,50 e R$ 81,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 65,50/saco em Sinop e Sorriso (MT) e R$ 83,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 80,50 no centro e norte do Paraná; R$ 70,00 em Chapadão do Sul e São Gabriel (MS); R$ 73,00 em Goiatuba (GO); R$ 74,00 em Pedro Afonso (TO) e R$ 76,00/saco em Uruçuí (PI).

O setor privado nacional (Safras & Mercado) continua indicando uma safra final brasileira de 119,4 milhões de toneladas neste ano 2017/18. A partir deste volume, se espera, para o ano comercial 1º de fevereiro 2018 a 31 de janeiro 2019, um potencial máximo de exportação de 70,8 milhões de toneladas. Outras 43,2 milhões seriam esmagadas, gerando uma produção de 32,9 milhões de toneladas de farelo e 8,5 milhões de óleo de soja. O Brasil espera exportar 16,8 milhões de toneladas de farelo e consumir 16,7 milhões deste subproduto. Já em óleo de soja a exportação ficaria em 1,2 milhão de toneladas, enquanto o consumo interno chegaria a 7,7 milhões.

A tendência para o mercado da soja brasileira, neste momento, continua sendo de forte dependência para com o câmbio. Na prática, considerando a atual cotação em Chicago, e o prêmio praticado em Rio Grande (porto), se a moeda brasileira tivesse permanecido nos seus valores médios de março passado (R$ 3,25), o saco de soja, no balcão gaúcho, estaria valendo hoje em torno de R$ 64,00, ou seja, 15,5% a menos do que vale atualmente.
 

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