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Cotações da soja estáveis em Chicago

Mercado apresentou otimismo com as declarações iniciais do presidente dos EUA


Nesta última semana cheia de setembro as cotações da soja, em Chicago, se mantiveram relativamente estáveis, com o bushel fechando o primeiro mês cotado, no dia 26/09, em US$ 8,88, contra US$ 8,93 uma semana antes. O comportamento destas duas últimas semanas mostra que há resistência do mercado em romper o teto dos US$ 9,00/bushel e engrenar um novo patamar de preços.

Por um lado, o mercado apresentou otimismo com as declarações iniciais do presidente dos EUA a respeito de um possível acordo comercial com a China. As negociações foram retomadas ainda nesta semana e, espera-se, uma reunião mais consistente para o início de outubro.

Em paralelo, a China anunciou a retirada de tarifas para certo volume de soja a ser comprada dos EUA. Seria um volume entre dois a três milhões de toneladas. No entanto, isso não foi suficiente para puxar efetivamente as cotações em um período mais longo, pois durante a semana o governo estadunidense deixou a entender que as negociações ainda serão longas já que se deseja um acordo completo e não apenas algo que favoreça o setor primário.

Nesse contexto, o clima mais seco em parte do Brasil, que começa a atrasar o plantio da nova safra de soja, assim como a melhoria das exportações estadunidenses, acabaram não tendo força para animar Chicago, pelo menos por enquanto.

Quanto às exportações estadunidenses de soja, as vendas líquidas, para o ano 2019/20, alcançaram, em 12/09, um total de 1,73 milhão de toneladas, sendo o México o maior comprador com 593.200 toneladas. Este volume total ficou acima do esperado pelo mercado. Por sua vez, as inspeções de exportação atingiram a 922.550 toneladas na semana encerrada em 19/09. No acumulado do atual ano comercial, que se iniciou em 1º de setembro, o volume alcança 2,16 milhões de toneladas, contra 2,34 milhões no ano anterior na mesma data.

Por outro lado, as condições das lavouras estadunidenses de soja, até o dia 22/09, chegavam a 54% entre boas a excelentes, 33% regulares e 13% entre ruins a muito ruins, não havendo modificações em relação à semana anterior.

Neste contexto, os preços brasileiros da soja ficaram na dependência do câmbio e dos prêmios nos portos. No primeiro caso, a moeda brasileira voltou a se desvalorizar de forma mais intensa, batendo novamente na casa dos R$ 4,15 por dólar, e até um pouco mais do que isso, em alguns momentos da semana. Já os prêmios fecharam a semana entre US$ 0,70 e US$ 1,05/bushel, com novo recuo puxado pelo retorno de compras chinesas ao produto dos EUA.

Desta forma, o balcão gaúcho acabou melhorando um pouco, com a média fechando a semana em R$ 76,36/saco, enquanto os lotes registraram valores entre R$ 82,00 e R$ 82,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 72,00/saco, nas regiões mato-grossenses de Sorriso e Canarana, até R$ 84,00 em Campos Novos (SC), passando por R$ 81,00 no centro e norte do Paraná; R$ 78,20 em São Gabriel (MS); R$ 76,00 em Goiatuba (GO); R$ 75,50 em Uruçuí (PI) e R$ 74,50/saco em Pedro Afonso (TO).
De forma geral o mercado interno brasileiro fechou a semana com pouco movimento, apesar de o câmbio colaborar para preços melhores no curto prazo. O mercado continua esperando preços melhores para negociar o restante da safra passada e fixar novos contratos de venda em relação a safra futura. É bom lembrar que, no ano passado, nesta época, os lotes de soja no Brasil eram negociados entre R$ 75,00 e R$ 90,00/saco. Ou seja, entre três a seis reais a mais do que valem hoje. Já o balcão gaúcho era cotado a R$ 82,09/saco, isto é, praticamente seis reais a mais do que o seu valor atual.

Enfim, as exportações de soja brasileiras, apesar do câmbio favorável neste ano, estão abaixo do registrado no ano passado. Enquanto o Brasil reduziu em 11,5% suas exportações de soja nos oito primeiros meses do ano, o Rio Grande do Sul diminuiu as mesmas em 28,9%. O principal motivo é a freada nas compras chinesas do produto devido, em particular, à peste suína africana que assola o país asiático.

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