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Cotações da soja ficaram estáveis nesta semana

Mercado espera o novo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09 de dezembro, para confirmar este número


Foto: Pixabay

As cotações da soja ficaram bastante estáveis nesta semana, mais curta em Chicago devido ao feriado de Ação de Graças neste dia 24/11. Com isso, o fechamento da quarta-feira (23) ficou, para o primeiro mês cotado, em US$ 14,36/bushel, contra US$ 14,17 na semana anterior. Dito isso, a colheita da soja, nos EUA, está encerrada, com a estimativa de um volume total de 118 milhões de toneladas. O mercado espera o novo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09 de dezembro, para confirmar este número.

Por sua vez, a demanda chinesa continua aquém do normal devido aos fechamentos de empresas e da economia local em função dos novos casos de Covid, os quais se acentuaram nesta semana. Já estão aumentando, novamente, as mortes pela doença em território chinês, assim como no mundo inteiro, levando o governo local a retroceder na ideia de afrouxar o controle sobre a doença. Segundo o Banco Nomura, cerca de 48 cidades estão em lockdown ou coisa semelhante, as quais representam de 20 a 25% do PIB do país. Durante a semana Shanghai informou que vai dificultar a entrada de pessoas na cidade. 

Já na América do Sul, novas projeções de safra dão conta de que a área total a ser semeada chegaria a 66,85 milhões de hectares, ou seja, 1,1% acima da previsão inicial e 5% sobre o recorde do ano anterior. Este seria o sexto aumento consecutivo de área nesta que é a maior região produtora de soja do mundo. Neste sentido, a produção total esperada fica em 218,2 milhões de toneladas, sendo um pouco menor do que o projetado em setembro, porém, ainda 20% acima da frustrada safra de 2021/22, que resultou em apenas 181,76 milhões de toneladas. Para o Brasil, maior produtor mundial da oleaginosa, estima-se 153,3 milhões de toneladas, sobre uma área de 43,8 milhões de hectares. A Argentina produziria 47 milhões de toneladas, sobre 17 milhões de hectares, resultado que significa 9% a mais de grãos de soja do que a safra passada. Quanto ao Paraguai, espera-se um volume de 10,9 milhões de toneladas, sobre uma área semeada de 3,8 milhões de hectares. No ano anterior o Paraguai colheu apenas 4,95 milhões de toneladas. Já na Bolívia, a área com soja será de 1,49 milhão de hectares, fato que resultará, em clima normal, em uma produção de 3,5 milhões de toneladas. Enfim, no Uruguai a produção está estimada em 3,43 milhões de toneladas, o que seria 4% sobre o colhido no ano anterior, enquanto a área plantada somaria 1,22 milhão de hectares. 

Especificamente no Brasil, com o câmbio girando entre R$ 5,30 e R$ 5,40 durante a semana, os preços pouco oscilaram, com a média gaúcha fechando a semana em R$ 172,94/saco, enquanto as principais praças do Estado trabalharam em torno de R$ 170,00. Nas diferentes praças nacionais os preços oscilaram entre R$ 156,00 e R$ 170,00/saco.

Em tal contexto, o plantio de soja no país somava 80,5% no início da presente semana, contra 77,1% na média histórica, enquanto o do milho verão atingia a 86,4%, contra a média histórica de 88,7%. 

De forma geral, as projeções de safra no Brasil dão conta de um volume entre 149 e 154 milhões de toneladas de soja, embora já esteja ocorrendo problemas climáticos em
algumas regiões. É o caso do Centro-Oeste, mais precisamente no Mato Grosso, onde há falta de umidade, e também no Rio Grande do Sul, onde a redução das chuvas começa a preocupar. Muitos analistas consideram que os rendimentos médios previstos poderão sofrer novos cortes caso a chuva não retorne a contento nestas regiões. 

Pelo sim ou pelo não, as projeções de exportação, considerando uma safra cheia, estão sendo indicadas ao redor de 93 milhões de toneladas em 2023, contra 77,2 milhões a serem registradas em 2022. Em julho se previa exportações ao redor de 91,5 milhões para o próximo ano. Já o esmagamento de soja deverá atingir a 50 milhões de toneladas de soja, se elevando em 2% sobre 2022. Considerando-se os estoques existentes, a oferta total de soja, para o ano 2023, deverá aumentar em 19%, atingindo a 158 milhões de toneladas, contra uma demanda total de 147 milhões (+14% sobre 2022). Em sendo assim, no final do próximo ano os estoques finais de soja, no Brasil, crescerão 240%, atingindo a 11,1 milhões de toneladas, fato que deverá pressionar para baixo os preços internos. Quanto à produção de farelo, o país deverá alcançar 38,4 milhões de toneladas no próximo ano, com aumento de 2% sobre 2022, sendo que o consumo interno deste subproduto ficaria em 19,4 milhões de toneladas, com aumento de 8%, enquanto as exportações somariam 19 milhões, caindo 3%. Esta realidade levaria os estoques finais de farelo, em 2023, a 1,96 milhão de toneladas, ou seja, um aumento de 2% sobre o ano anterior. Por sua vez, a produção de óleo de soja deverá crescer 3%, atingindo a 10,2 milhões de toneladas, com o país exportando 1,6 milhão, isto é, um recuo de 30% sobre 2022. Já o consumo interno deste subproduto subiria 9%, atingindo a 8,6 milhões de toneladas, sendo que 5 milhões seria para biodiesel (+19% sobre 2022). Enfim, os estoques finais de óleo de soja, no Brasil, recuariam 11%, para se estabelecerem em 253.000 toneladas. 

As informações são da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA
 

Particularmente no Rio Grande do Sul, o plantio da soja continua lento, com 30% da área apenas tendo sido semeada até o final da semana anterior. No ano anterior, o plantio atingia a 49% nesta data, e a média histórica é de 46%. A projeção gaúcha continua sendo de 6,6 milhões de hectares semeados, com produtividade média estimada em 3.131 quilos/hectare (52,2 sacos/hectare). Porém, o clima mais seco no momento começa a causar preocupações quanto ao cumprimento desta meta.

Enfim, as importações de soja brasileira, por parte da China, recuaram 15% em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Preços muito altos, ausência de lucros junto as indústrias esmagadoras na China, e novos casos de Covid levando ao fechamento de muitas atividades econômicas, seriam as principais causas desta realidade. Assim, o volume que foi comprado do Brasil somou 2,8 milhões de toneladas neste último mês de outubro, contra 3,3 milhões em outubro de 2021. Já as compras totais de soja, por parte da China, recuaram 19% no mês passado, ficando em 4,14 milhões de toneladas e se estabelecendo no menor nível, para qualquer mês, desde 2014. Nos primeiros 10 meses do ano, a China importou 49,3 milhões de toneladas de grãos brasileiros, ante 52,75 milhões de toneladas no mesmo período de 2021. Já a soja oriunda dos EUA, no mesmo período, somou 20,1 milhões de toneladas, contra 22,6 milhões entre janeiro e outubro do ano passado. 
 
 

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