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Cotações da soja recuaram nesta semana

Continuidade do clima seco nas regiões produtoras dos EUA, que já vem desde o final da semana passada, permitiu um bom avanço na colheita


As cotações da soja em Chicago, nesta semana, recuaram sensivelmente após terem atingido o melhor patamar, na semana anterior, desde o início de agosto. Com isso, o bushel de soja, para o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (25) em US$ 8,41, contra US$ 8,63 uma semana antes e US$ 8,91 no dia 15/10.

A continuidade do clima seco nas regiões produtoras dos EUA, que já vem desde o final da semana passada, permitiu um bom avanço na colheita recorde de soja naquele país, diminuindo as tensões altistas no mercado. Tanto é verdade que, até o dia 21/10, a área colhida com soja nos EUA chegava a 53% do total, contra 69% na média histórica. Embora atrasada, a colheita vem se recuperando nesta segunda quinzena de outubro graças a um clima favorável. 

Por outro lado, das lavouras a serem colhidas, a qualidade das mesmas recuou um pouco, ficando com 66% entre boas a excelentes, 23% regulares e 11% entre ruins a muito ruins.

Paralelamente, a valorização do dólar e o recuo nas cotações do milho e do trigo em Chicago ajudaram a reduzir o preço da soja naquela Bolsa.

Ao mesmo tempo, em meio a guerra comercial com os EUA, a China anuncia que possui grandes estoques de soja e que não espera flutuações importantes de preços da oleaginosa. Entre janeiro e agosto os chineses importaram 70% de suas compras junto ao Brasil, enquanto teriam aumentado a área semeada com soja em seu território. É bom  lembrar que a produção de soja pela China é pequena (ao redor de 12 milhões de toneladas) diante das necessidades do país.

O lado negativo na China é que as autoridades locais detectaram, nesta semana, quatro novos casos de peste suína africana, levando a mais abates de suínos. Os casos foram identificados nas províncias de Hunan e Yunnan, no sudoeste do país. (cf. Safras & Mercado)

Enquanto isso, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA, para o ano comercial 2018/19, atingiram a 293.600 toneladas na semana encerrada em 11/10, ficando muito aquém do esperado pelo mercado. Já as inspeções de exportação somaram 1,15 milhão de toneladas na semana encerrada em 18/10, ficando dentro do esperado pelo mercado. No acumulado do atual ano comercial, iniciado em 1º de setembro, o volume inspecionado chega a 5,9 milhões de toneladas, contra 9,8 milhões em igual momento do ano passado. Portanto, uma redução de 40% em relação ao ano anterior.

No Brasil os negócios permanecem limitados a volumes pouco expressivos, com nítida queda de preços locais. Isso se deve, além do recuo em Chicago, a continuidade da valorização do Real que, em alguns momentos desta semana, chegou a ser cotado a R$ 3,66 por dólar. Na média, o câmbio oscilou ao redor de R$ 3,70 mais uma vez.

Assim, o balcão gaúcho recuou para a média de R$ 78,21/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 84,50 e R$ 85,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 69,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 84,00 no norte do Paraná e em Abelardo Luz (SC), passando por R$ 75,50 em São Gabriel (MS); R$ 75,00 em Goiatuba (GO) e Uruçuí (PI); e R$ 72,00/saco em Pedro Afonso (TO).

O único elemento importante na formação do preço interno que se manteve firme foi o prêmio. O mesmo oscilou entre US$ 2,28 e US$ 2,67/bushel nos diferentes portos brasileiros. No ano passado, nesta época do ano, os mesmos giravam entre US$ 0,50 e US$ 1,02/bushel. Ou seja, os prêmios estão, em média, 226% mais elevados do que no ano passado no final de outubro, graças ao conflito comercial entre EUA e China que faz os chineses buscarem mais soja no Brasil. 

Enfim, o plantio da nova safra de soja no Brasil, até o dia 19/10, atingia a 28% da área esperada no país, contra 18% na média histórica. O Paraná já havia semeado 50% de sua área, assim como o Mato Grosso. Já o Mato Grosso do Sul atingia a 35%, Goiás 22%, São Paulo e Minas Gerais 20% cada um, Santa Catarina 8% e Bahia 2%. O Rio Grande do Sul ainda não registra plantio da oleaginosa.

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