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Cotações da soja voltam a recuar

Fechamento desta quinta-feira (07) ficou em US$ 8,90, contra US$ 8,97/bushel uma semana antes


As cotações da soja em Chicago, nesta primeira semana de março, voltaram a recuar um pouco após um período de oscilação em torno dos US$ 9,00/bushel. O fechamento desta quinta-feira (07) ficou em US$ 8,90, contra US$ 8,97/bushel uma semana antes.

As negociações entre EUA e China acabaram sendo prorrogadas e as indecisões a respeito deixam o mercado volátil e muito especulativo. De um lado há indicativos de que, durante este mês de março, um acordo final possa ser assinado e, de outro lado, existem informações de que muita coisa ainda precisa ser feita para tal acordo ocorrer. Existe a possibilidade de, na próxima semana, acontecerem novas reuniões entre os negociadores dos dois países, já que a reunião dos presidentes acabou não se realizando. 

Com isso, nem mesmo as excelentes exportações estadunidenses animaram o mercado, com as mesmas apenas limitando as perdas durante a semana. A China teria comprado 1,8 milhão de toneladas de soja dos EUA na semana encerrada em 21/02, sendo o volume considerado muito baixo diante da promessa chinesa de importar 10 milhões de toneladas adicionais nestas próximas semanas. Neste contexto, as exportações líquidas totais de soja estadunidense, para o ano 2018/19, iniciado em 1º de outubro, naquela semana do 21/02, somaram 2,2 milhões de toneladas, com a China contribuindo com 81,8% do total.

Pelo sim ou pelo não, a falta de acordo entre EUA e China deixa o mercado sob pressão baixista diante de uma safra sul-americana maior nesta atual colheita.

Além disso, neste dia 08/03 foi anunciado mais um relatório de oferta e demanda do USDA, fato que deixou o mercado atento aos novos números que viriam, particularmente em torno da safra da América do Sul. As chuvas da última semana na região produtora sul-americana indicam uma safra importante.

Às vésperas do anúncio do relatório o mercado apostava em uma pequena redução nos estoques finais de soja dos EUA, com os mesmos passando a 24,4 milhões de toneladas, contra 24,8 milhões em fevereiro. Já os estoques finais mundiais ficariam em 106,3 milhões de toneladas, contra 107,6 milhões em fevereiro. Comentaremos este relatório em nosso próximo boletim.

Já no Brasil, os preços da soja se mantiveram relativamente estáveis, mesmo com o Real se desvalorizando um pouco mais, chegando a R$ 3,78 por dólar. Na verdade, o longo período das festas de Carnaval praticamente estagnou o mercado local. Com isso, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 70,55/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 74,00 e R$ 74,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 61,50/saco em Querência e Canarana (MT) e R$ 78,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 72,50 em Cascavel (PR); R$ 68,00 em São Gabriel (MS) e Pedro Afonso (TO); R$ 67,00 em Goiatuba (GO) e Uruçuí (PI). A tendência futura dos preços nacionais passa a depender particularmente do câmbio, já que não se vislumbra grandes alterações em Chicago (as cotações podem até subir um pouco se o acordo comercial entre EUA e China for concretizado, porém, o mercado já precificou muito de seu possível efeito positivo; enquanto os prêmios nos portos brasileiros não devem encontrar espaço para melhorias no curto prazo diante da pressão da colheita e do possível acordo comercial sino-estadunidense).

Neste contexto, os prêmios nos portos brasileiros fecharam a semana entre US$ 0,03 e US$ 0,36/bushel. No ano passado, nesta mesma época, os mesmos valiam entre US$ 0,57 e US$ 1,03/bushel. Ou seja, neste momento os mesmos perdem entre 65% a 95% de seu valor de um ano atrás.

Mesmo assim, em o câmbio no Brasil se mantendo nos atuais níveis, talvez não haja espaço para novas baixas nos preços nacionais da soja, salvo situações muito específicas e/ou imprevisíveis neste momento. Claro que, para o Rio Grande do Sul, é preciso ainda contar com a pressão da colheita, a qual se intensificará a partir da segunda quinzena de março e especialmente em abril (até o dia 28/02 apenas 4% da área havia sido colhida segundo a Emater).

Quanto à colheita brasileira, a mesma continua avançando, tendo chegado a 45% da área semeada no início desta semana.  

Enfim, as exportações de soja pelo Brasil, no atual ano comercial 2019/20, iniciado em 1º de fevereiro, somavam 6,1 milhões de toneladas de grãos até o dia 28/02, contra 2,9 milhões em igual período do ano anterior. Estima-se que no total do ano comercial o volume exportado atinja 70 milhões de toneladas. Já em farelo de soja as vendas externas acumulavam 976.400 toneladas até o final de fevereiro, contra 1,35 milhão em igual período do ano anterior. Estima-se que o Brasil irá exportar, neste ano comercial, um total de 13,5 milhões de toneladas de farelo de soja. Enfim, em óleo de soja, as exportações somavam 36.600 toneladas até o dia 28/02, contra 125.600 no ano anterior. 

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