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Cotações de soja em Chicago passaram a oscilar

Na quarta-feira (04) caíram fortemente, fechando em US$ 10,15/bushel


As cotações da soja em Chicago, após os relatórios de intenção de plantio e dos estoques trimestrais, ensaiaram uma recuperação nesta primeira semana de abril, porém, o movimento não se sustentou e as mesmas passaram a oscilar muito. Na quarta-feira (04) caíram fortemente, fechando em US$ 10,15/bushel, enquanto na quinta-feira (05) se recuperaram um pouco, fechando o dia em US$ 10,31/bushel, lembrando que o fechamento de uma semana antes havia sido de US$ 10,44.

No curto prazo, a venda de posições por parte dos Fundos especulativos visando tomada de lucros esteve na origem do movimento de baixa. Na sequência, pesou significativamente o acirramento do litígio comercial entre os EUA e a China, com o país asiático retaliando e colocando barreiras de importação a uma série de produtos estadunidenses, dentre eles a soja. 

Além disso, os Fundos estão muitos contratos comprados, deixando no ar a possibilidade de vendas importantes a qualquer momento. Isto poderá vir do acirramento da guerra comercial entre EUA e China e/ou em função da evolução do clima nas regiões produtoras dos EUA, onde o plantio do milho lentamente se inicia.

Estes dois elementos estarão no centro da evolução das cotações nas próximas semanas.

Há ameaças de que a China colocaria uma tarifa de 25% sobre as importações de soja dos EUA, o que seria terrível aos produtores deste país. Segundo estudos feitos pela Universidade de Perdue, uma tarifa de 30% reduziria as exportações estadunidenses para a China em 71%. Neste cenário, as vendas dos Estados Unidos ao exterior cairiam em 40%, com um prejuízo anual de US$ 3,3 bilhões. Já o preço poderia cair 5% no período de alguns anos, enquanto a produção americana recuaria 17% (cf. Safras & Mercado). O Brasil e a Argentina seriam os países mais beneficiados com as taxas chinesas, pois o país asiático buscaria soja com mais intensidade no mercado sul-americano, elevando o prêmio nos portos locais, fato que, aliás, já vem ocorrendo e auxiliando na recuperação dos preços internos no Brasil.

A ameaça chinesa de tarifar em 25% suas importações de soja derrubou as cotações em Chicago na quarta-feira, dia 04/04. Entretanto, como a China igualmente tem a perder com a tarifação, julga-se que, por enquanto, a situação está apenas no terreno das ameaças e a taxação não entraria em vigor rapidamente, podendo mesmo nem ser colocada em prática. Portanto, é preciso esperar um pouco mais para vermos até onde este conflito comercial se estenderá. Mas não há dúvida de que o mesmo está causando enormes transtornos aos mercados mundiais.

Neste contexto, os preços da soja no Brasil voltaram a subir, igualmente puxados, e muito, pela forte desvalorização do Real em função das atribulações políticas nacionais (julgamento do Habeas Corpus preventivo impetrado pelo Presidente Lula junto ao STF). A moeda brasileira, no dia do julgamento (04/04) chegou a ser cotada a R$ 3,36 por dólar. 

Assim, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 72,28/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 77,00 e R$ 77,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes de soja ficaram cotados entre R$ 64,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 78,50/saco no centro e norte do Paraná, passando por R$ 67,00 em Chapadão do Sul e São Gabriel (MS); R$ 64,00 em Goiatuba (GO); R$ 77,00 em Campos Novos (SC); R$ 69,50 em Pedro Afonso (TO) e R$ 72,20/saco em Uruçuí (PI).

Por fim, a colheita no Brasil atingia a 72% da área em 29/03, contra 73% na média histórica para esta época do ano. No RS a colheita atingia a 21% naquela data, no PR 83%; MT 98%; MS 99%; GO 87%; SP 92%; MG 80%; BA 32% e SC 30% (cf. Safras & Mercado).
 

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