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Cotações do açúcar em Nova York acumulam alta de 24% em 40 dias


Os preços futuros do açúcar demerara voltaram a subir na Coffee, Sugar and Cocoa Exchange (CSCE), de Nova York, com ganhos de 1,9% no dia, como reflexo das perspectivas de incertezas em relação à oferta mundial. Os contratos para maio fecharam ontem cotados a 8,59 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,16 centavo. O açúcar demerara acumula alta de 24% este ano na bolsa americana.

Nos últimos quatro meses, o mercado vem-se ajustando à demanda mundial. Segundo Patrick Funaro, vice-presidente da corretora Fimat Brasil, hoje a estimativa para a safra 2002/03 é de que o excedente de açúcar oscile entre 1 milhão e no máximo 2 milhões de toneladas. "Há quatro meses, a previsão de produção superior à demanda variava entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas", afirma.

Superávit menor

O consumo estimado para o ano-safra atual oscila entre 136 milhões e 139 milhões de toneladas de açúcar. Já a produção mundial deve ficar entre 138 milhões e 141 milhões de toneladas, informam traders e representantes do setor. A perspectiva de aumento nos preços também provocou a falta de interesse de venda por parte de alguns países de origem. Usineiros brasileiros, por exemplo, optam por postergar as suas vendas.

Outra preocupação do mercado, segundo traders, ainda se refere às incertezas em relação à produção brasileira de açúcar, já que os usineiros locais deverão intensificarão a produção de álcool.

Demanda por Álcool

Segundo dados da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), a produção de álcool da região Centro-Sul do Brasil totalizou 11,15 bilhões de litros na safra 2002/03, o que significa 10,3% a mais em relação à oferta de 10,1 bilhões de litros obtida na safra anterior, informa Antonio Pádua Rodrigues, consultor da Unica. A perspectiva inicial para a próxima safra, a 2003/04, é de que as usinas do Centro-Sul produzam 12,6 bilhões de litros de álcool, um aumento de 13%, diz Rodrigues.

Segundo o consultor da Unica, a demanda por álcool surpreendeu os usineiros, que previam uma queda estimada em cerca de 500 milhões de litros, uma vez que muitos veículos a álcool estão em processo de sucateamento. "Esperávamos a queda como consequência da retirada de cerca de 250 mil veículos do mercado", afirma.

Entre os fatores que contribuíram para provocar o consumo acima do previsto pelo setor estão o uso de álcool hidratado em veículos movidos a gasolina com ignição eletrônica e o uso de gasolina adulterada, com maior incidência de álcool anidro, além dos 25% estipulados pela lei, à época. Desde 1º de fevereiro, a incidência de anidro misturado na gasolina foi reduzido para 20%. Segundo a Unica, as exportações brasileiras de álcool na safra somaram 470 milhões de litros.

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