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Cotações do café devem manter-se firmes em 2007

Os preços devem continuar em alta por conta dos baixos estoques mundiais


Os preços do café devem continuar em alta até a colheita da safra brasileira, por conta principalmente dos baixos estoques mundiais e perspectiva de aumento do consumo nacional. As perspectivas de analistas de mercado são que as cotações fiquem acima das atuais - R$ 270 a saca do café arábica tipo 6 - podendo bater os R$ 300 a saca até o final do ano e ficar a patamares superiores a este em 2007.

"Acredito que o preço deve ir a um patamar superior ao de hoje", disse o analista de mercado de café da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jorge Queiroz, durante o 14 Encontro Nacional das Indústrias de Café (Encafé). Desde agosto, o preço da saca de café subiu 26,4% por conta do clima desfavorável à florada e à perspectiva de queda da safra 2007/08, devido à bianualidade da cultura - em que a produção se alterna entre uma safra e outra.

Para o economista da Safras & Mercado, Gil Barabach, a cafeicultura está saindo de uma crise, cujo auge foi em 2002 quando a saca chegou a US$ 34, ocasião em que houve excedente de produção. Conforme estima o especialista, o preço deve atingir a marca de US$ 136 logo no início de 2007, alcançado o pico registrado em março de 2005, que foi o maior dos últimos sete anos. "O setor demonstra sinais claros de que o produtor terá uma boa rentabilidade. O mercado de café tem fôlego para continuar subindo até o fim do ano e continuar em alta até a entrada da nova safra no ano que vem", pondera Barabach. Ele disse que este cenário deverá ser reforçado pelo tamanho da safra 2007/08, cujo primeiro levantamento inicia-se nesta semana pelos técnicos da Conab.

Para Barabach, o cenário de preços é melhor do que o verificado na última safra pequena (2005/06), que foi de 32 milhões de sacas. Isso porque os estoques estão bem menores. Os estoques do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) hoje somam 1,9 milhão de sacas, segundo o analista da Conab. Há quatro anos, somavam 8,14 milhões de sacas. Os estoques mundiais, ao redor de 15 e 17 milhões de sacas, são insuficientes para a demanda. "Atendem apenas ao consumo de um pouco mais de um mês. O razoável seria pelo menos três meses", analisa Queiroz.

No ano que vem poderá faltar café no mercado interno. Barabach diz que o Brasil necessita de 43 milhões de sacas anuais para atender o mercado doméstico, que deve chegar a 17 milhões de sacas ano que vem, e as exportações, ao redor de 26 milhões de sacas. Com a bianualidade, acredita-se uma safra 20% menor - algo entre 32 e 33 milhões de sacas. Mas além da bianualidade, ainda existem os problemas climáticos nas regiões de Minas Gerais, que provocaram frustração na florada e nos chumbinhos do café.

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