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Cotações do milho em Chicago subiram durante a semana

Quanto ao plantio do milho nos EUA, até o dia 29/04 o mesmo atingia a apenas 17% da área esperada



As cotações do milho em Chicago subiram durante a semana, fechando a quinta-feira (03/05) em US$ 3,99/bushel, contra US$ 3,86 uma semana antes. A média de abril fechou em US$ 3,85/bushel, contra US$ 3,79 em março passado e US$ 3,60/bushel em abril/17. O fechamento deste dia 03/05 foi o mais alto, para o primeiro mês cotado, desde o dia 20 de junho de 2016.

Apesar do fraco desempenho das exportações estadunidenses de milho, o mercado reagiu à possibilidade de novos atrasos no plantio do cereal devido ao clima ruim nos EUA. Paralelamente, a Argentina colhe lentamente sua safra devido ao excesso de chuvas, tendo a mesma chegado a 30% do total no final de abril, enquanto no Brasil a falta de chuvas começa a atingir diferentes regiões produtoras da safrinha.

Nos EUA, o clima será o fator chave nestas próximas semanas. Neste contexto, o mercado espera com ansiedade o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o próximo dia 10/05. O mesmo será o primeiro que projetará a nova safra de verão daquele país. 

Quanto ao plantio do milho nos EUA, até o dia 29/04 o mesmo atingia a apenas 17% da área esperada, contra 27% na média histórica e 32% em igual momento do ano passado. Para o mercado considerar um desempenho normal no mesmo, até o dia 10/05 a área semeada deverá chegar a 50% do total esperado. Caso contrário, ganhará força a tendência de que parte da área de milho possa se transferir para a soja.

Na Argentina, a tonelada FOB de milho voltou a subir, fechando a semana em US$ 192,00, enquanto no Paraguai a mesma atingiu a US$ 180,00.

Aqui no Brasil os preços voltam a vivenciar um mercado mais tenso. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 33,98/saco, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 40,00 e R$ 41,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 23,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 41,00/saco em Videira e Concórdia (SC) (cf. Safras & Mercado). 

A tensão no mercado se deve às novas previsões climáticas, as quais dão conta de falta de chuvas nas regiões produtoras da safrinha nacional, pelo menos até o dia 10/05. Cerca de 10% a 20% da safrinha já teria ultrapassado o período crítico climático, porém, há ainda entre 80% a 90% da área semeada dependendo de chuvas. Diante do atual quadro, há fortes possibilidades de quebra na safrinha nacional, fato que se somaria à baixa produção da safra de verão devido a uma importante redução de área semeada. 

Assim, a partir de agora, o mercado nacional ficará muito dependente do clima, especialmente no Centro-Oeste, São Paulo, Paraná e Minas Gerais, os grandes produtores da safrinha de milho. Se a falta de umidade se confirmar, os preços do cereal tendem a subir ainda mais.

Diante de tal possibilidade, os produtores e empresas que possuem milho disponível recuaram em suas vendas, ajudando a pressionar o mercado para cima neste início de maio, especialmente no Sudeste brasileiro. Neste sentido, a semana terminou com a Sorocabana paulista negociando milho entre R$ 37,00 e R$ 38,00/saco, enquanto o referencial Campinas voltou ao patamar de R$ 40,00 a R$ 41,00/saco no CIF disponível (cf. Safras & Mercado).

Ao mesmo tempo, a forte desvalorização do Real eleva os preços na exportação, direcionando milho para vendas externas em um momento em que começa a crescer a preocupação de falta de disponibilidade interna para o segundo semestre, caso a safrinha sofra prejuízos. De fato, no porto de Santos o saco de milho chegou ao redor de R$ 40,00 nesta semana.

Portanto, os próximos 10 dias nas regiões da safrinha serão decisivos, com fortes repercussões sobre os preços do milho nacional.

Para tentar acalmar a situação junto aos consumidores de milho (criadores e fábricas de ração), a Conab realizou leilões de venda de seus estoques, alcançando 58.185 toneladas negociadas, ou 33,2% do total disponibilizado (avisos 054 e 055) na sexta-feira (27/04). Novos leilões deverão ocorrer durante o mês de maio.

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