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Cotações do milho em Chicago

As cotações do milho em Chicago, neste final de julho, se mantiveram estáveis, porém, com um leve viés de baixa


Foto: Divulgação

As cotações do milho em Chicago, neste final de julho, se mantiveram estáveis, porém, com um leve viés de baixa. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (29) em US$ 5,58/bushel, contra US$ 5,64 uma semana antes. As condições das lavouras estadunidenses pioraram um pouco neste final de julho, com as mesmas ficando em 64% entre boas a excelentes até o dia 25/07, contra 72% no mesmo momento do ano passado. Outras 26% estavam em condições regulares e 10% entre ruins a muito ruins. Do total das lavouras, 79% estavam na fase de embonecamento, naquela data, e 18% na fase de enchimento de grãos.

Já os embarques de milho por parte dos EUA, na semana encerrada em 22/07, atingiram a 1,04 milhão de toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. Somando este volume, o total exportado no atual ano comercial chega a 61,3 milhões de toneladas, o que representa 64% acima do registrado na mesma época do ano passado.

Na Argentina, com a colheita da safra 2020/21 atingindo a 81,4% da área total neste final de julho, espera-se uma safra final de 48 milhões de toneladas. Das lavouras ainda a colher, 28% estavam entre boas a excelentes, 54% normais e 18% regulares ou ruins. Por sua vez, 39% das mesmas estavam com condições hídricas entre regulares a secas.

E no Brasil a colheita da segunda safra de milho atingia a 44,3% da área no Centro-Sul brasileiro, até o dia 25/07, contra 56,4% na média histórica para esta época. Em termos de Estado, o Mato Grosso atingia a 71,4% da área, contra 86,7% em 2020, enquanto Rondônia chegava a 48,7%. Os mais atrasados são São Paulo, com 11,4% e Mato Grosso do Sul com 13,4%. (cf. Pátria AgroNegócios) Por outro lado, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) as expectativas de produtividade média caíram para menos de 95 sacos/hectare no Mato Grosso. Já o Deral paranaense apontou que a colheita da safrinha atingia a 7% da área no Paraná, neste final de julho, sendo que 81% das lavouras à campo estavam em estágio de maturação. Todavia, apenas 9% das lavouras eram avaliadas como boas, contra 39% em condições médias e 52% estavam ruins.

Nesta realidade, a safrinha final no Paraná deverá ficar em 6,1 milhões de toneladas, já considerando as primeiras geadas, porém, ainda não os efeitos desta forte massa de ar polar que se abateu sobre o Centro-Sul brasileiro nesta última semana de julho. Se confirmado este
volume, o mesmo será 50% menor do que o colhido no ano anterior e 58% menos do que as expectativas iniciais, que eram de uma colheita de 14,6 milhões de toneladas. Nestas condições, a quebra total na safra de milho do Paraná, neste ano, será a maior da história, com o total produzido somando apenas 8,5 milhões de toneladas entre safra de verão e safrinha. Só as perdas desta atual segunda safra correspondem a três safras normais de verão naquele Estado.

Em Goiás, onde a quebra da segunda safra igualmente se consolida, os preços continuam subindo, acompanhando a tendência nacional. Com 20% da safrinha colhida até o dia 23/07, a produtividade se mostra muito variável, sendo que regiões como a de Jataí apresentam quebras acima de 40% do potencial produtivo. (cf. Ifag) Por outro lado, no Mato Grosso do Sul, a produtividade média foi novamente reduzida, agora ficando em 52,3 sacos/hectare, ou seja, 40,8% abaixo do que a da safra anterior. Desta forma, a produção final esperada cai para 6,3 milhões de toneladas, contra 9 milhões inicialmente esperadas. Neste final de julho apenas 1% das lavouras a serem colhidas apresentavam condições boas, sendo que outras 36% estavam regulares e 63% ruins. A colheita naquele Estado chegava a 4,1% da área no dia 23/07. Diante de tal contexto, os preços do milho no Brasil continuaram subindo nesta  semana. A média gaúcha, no balcão, fechou a semana em R$ 88,33/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços oscilaram entre R$ 77,00 e R$ 102,00/saco, sendo que o CIF Campinas (SP) voltou a bater nos R$ 105,00/saco. Esta situação inibe os vendedores, que logicamente seguram o produto esperando novos aumentos nos preços. Além disso, com a colheita muito atrasada, a oferta de milho é mais escassa, acelerando as importações.

Assim, as indústrias de carnes, que produzem sua própria ração aos seus integrados, aumentam suas compras externas. Informações dão conta de que a empresa JBS já teria comprado 30 navios de milho da Argentina. Os preços foram entre 15 a 20 reais por saco mais baratos do que os praticados no mercado brasileiro. Hoje, do total consumido pela empresa, em milho, 25% vem de importações. (cf. Reuters) Desta forma, além da forte redução nas exportações de milho, o Brasil poderá registrar, neste  ano, importações históricas do cereal. Um grande número de empresa exportadoras, inclusive, estão trocando o direcionamento do produto, destinando o mesmo para o
mercado interno ao invés da exportação. Segundo ainda a JBS, o Brasil, neste ano, deixará de exportar 15 milhões de toneladas do cereal e importará pelo menos 4 milhões.  E não é apenas a JBS que acelera as importações. A Aurora Alimentos também informa que vai por este caminho, assim como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirma que as companhias do setor estão intensificando as compras do milho argentino e, no Nordeste, negociam para trazer o cereal estadunidense. 

Conforme a Secex, o Brasil importou em todo o primeiro semestre deste ano um total  de 937.000 toneladas de milho, o dobro do verificado no mesmo período do ano passado. O maior volume veio do Paraguai (841.000 toneladas), em carregamentos que chegam em geral por rodovias. Mesmo assim, em julho o Brasil ultrapassou a um milhão de toneladas exportadas de milho, sendo o maior volume desde janeiro. Nos primeiros 17 dias úteis do mês o total exportado chegou a exatos 1,121 milhão de toneladas. Todavia, a média diária é 62% menor do que a observada em julho de 2020. Enfim, o preço da tonelada exportada acusa um aumento de 43,8% no período, saindo dos US$ 159,20 no ano passado para US$ 228,90 neste mês de julho. Segundo a Anec, é possível que o Brasil alcance 3,2 milhões de toneladas exportadas em milho no total do mês de julho.

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