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Cotações do milho recuam fortemente em Chicago

Relatório de intenção de plantio apontou uma alta de 4% na área a ser semeada com milho nos EUA


As cotações do milho em Chicago recuaram fortemente após o anúncio dos relatórios de intenção de plantio e de estoques trimestrais nos EUA. O bushel, no dia 29/03, caiu para US$ 3,56. Posteriormente, houve leve valorização do mesmo no restante da semana, com o fechamento desta quinta-feira (04/04) ficando em US$ 3,65. A média de março fechou em US$ 3,66/bushel, contra US$ 3,73 em fevereiro. Em março de 2018 o bushel de milho fechou na média de US$ 3,79. Assim, no espaço de um ano o bushel de milho perdeu 3,4% de seu valor.

O relatório de intenção de plantio apontou uma alta de 4% na área a ser semeada com milho nos EUA (o plantio se inicia em 15/04), chegando a 37,6 milhões de hectares. Esta projeção baixista para o cereal acabou sendo confortada pela redução de 3% nos estoques trimestrais estadunidenses, na posição 1º de março, ficando os mesmos em 218,5 milhões de toneladas. O mercado esperava uma área e estoques menores.

Em paralelo, o mercado segue acompanhando as negociações entre EUA e China, tendo este último país realizado novas concessões aos norte-americanos na tentativa de encerrar o conflito comercial. Mas o milho é pouco atingido pelo conflito embora, visando agradar aos EUA, a China tenha passado a importar milho daquele país, mesmo não precisando, pois possui altos estoques do cereal.

Por sua vez, as vendas líquidas de milho por parte dos EUA, para o ano comercial 2018/19, somaram 904.500 toneladas na semana encerrada em 21/03, ficando 5% acima da média das quatro semanas anteriores.

Assim como no caso da soja, o clima nas regiões produtoras dos EUA passa a ser o elemento fundamental a ser acompanhado pelo mercado a partir de agora. A continuidade das chuvas pode atrasar o plantio do cereal, deslocando área para a soja.

Vale ainda destacar que teremos um novo relatório de oferta e demanda no dia 09/04, assim como a partir do dia 20/04 o USDA começa a divulgar a cadência de plantio semanal de milho nos EUA.

Na Argentina, a tonelada FOB de milho fechou a semana em US$ 159,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 117,50.

Já no Brasil, os preços do cereal se estabilizaram neste início de abril, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 31,80/saco. Nos lotes, os preços oscilaram entre R$ 35,00 e R$ 37,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 25,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 38,00/saco em Itanhandu (MG), passando por R$ 37,00 em Videira e Concórdia (SC).

Neste momento há menor fixação de vendas no interior paulista, com as ofertas na região da Sorocabana subindo para R$ 38,00/saco. O referencial Campinas atingiu a R$ 41,00/saco CIF no disponível. Com o câmbio perto de R$ 3,90, as exportações continuaram atrativas e os preços nos portos nacionais subiram igualmente (em Paranaguá, para maio, o saco de milho ficou acima de R$ 38,00). Esta volatilidade cambial deverá continuar no país enquanto seguirem as indefinições em torno da reforma da Previdência.

Da forma como o mercado se apresenta, quatro fatores pesarão a partir de junho na formação dos preços internos: a safra dos EUA; o câmbio no Brasil, o comportamento da safrinha nacional; e a intenção de venda por parte dos produtores brasileiros.

Neste contexto, na BM&F nota-se que o contrato de Maio está distante da realidade do físico paulista. Não existe precificação para R$ 36,00/saco em Campinas ou abaixo disso até 15/05. “Para configurar este preço o interior do estado terá que ceder os preços nos próximos 30 dias a R$ 31,00/R$ 32,00 e balcão ao produtor no máximo a R$ 30,00/saco. Ainda não parece haver este espaço já que a safrinha somente terá colheita a partir de junho.” (cf. Safras & Mercado)

Dito isso, na exportação o mês de março atingiu a 891.950 toneladas, contra 1,75 milhão em fevereiro e 605.270 toneladas em março de 2018. Sobre março do ano passado, portanto, as vendas externas cresceram 47,4%.

Quanto à produção nacional de milho, novos números divulgados pela iniciativa privada dão conta de um total de 99,6 milhões de toneladas, divididas em 24,6 milhões na safra de verão do Centro-Sul, 68,2 milhões na safrinha desta mesma região, e 6,8 milhões de toneladas no Norte/Nordeste brasileiro. No ano anterior o volume total produzido foi de 80,1 milhões de toneladas e dois anos antes de 107,9 milhões de toneladas.  (cf. Safras & Mercado) Assim, em relação ao ano anterior, a produção total de 2018/19 poderá ser 24,3% mais elevada desde que o clima colabore com a safrinha que já está toda semeada.

Por sua vez, a atual safra de verão, até o dia 29/03, apresentava 59% da área colhida, contra 60% no ano anterior na mesma data. O Rio Grande do Sul já havia colhido 80% de sua área do cereal.

Enfim, a Conab realizaria leilão de venda de milho no dia 05/04, sendo que cerca de 300.000 toneladas seriam negociadas nos Estados do Centro-Sul, com exceção do Mato Grosso.

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