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Cotações do milho recuaram na semana

O preço médio aos produtores estadunidenses, para o novo ano comercial indicado, está agora em US$ 6,65/bushel


Foto: Divulgação

As cotações do milho, em Chicago, recuaram na semana, especialmente após o anúncio do relatório de oferta e demanda do USDA, no dia 12/07. Com isso, a quintafeira (14) fechou em US$ 6,95/bushel, contra US$ 7,47 na semana anterior, após ter chegado a US$ 7,81 na véspera do anúncio do relatório. Esta cotação, abaixo do piso dos US$ 7,00, não acontecia desde o final de fevereiro passado. O referido relatório apontou, para o milho na safra 2022/23, um aumento de um milhão de toneladas na produção dos EUA, em relação a junho, passando a mesma para 368,4 milhões de toneladas. Já os estoques finais naquele país ficaram projetados em 37,3 milhões, ou seja, quase dois milhões de toneladas acima do indicado em junho.

Diante disso, o preço médio aos produtores estadunidenses, para o novo ano comercial indicado, está agora em US$ 6,65/bushel. Em termos mundiais, a safra global de milho foi mantida em 1,185 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais ficariam em 312,9 milhões, com aumento de 2,5 milhões de toneladas sobre junho. A futura produção brasileira chegaria a 126 milhões de toneladas (o mercado brasileiro coloca a produção entre 110 e 119 milhões) e a da Argentina em 55 milhões de toneladas. O USDA projeta que o Brasil exportará 47 milhões de toneladas do cereal neste novo ano comercial.

Dito isso, os EUA embarcaram 933.725 toneladas, ficando o volume dentro das expectativas do mercado. Com esse volume, o país já embarcou 49,2 milhões de toneladas no atual ano comercial, ou seja, 17% menos do que no mesmo período do ao anterior. Quanto à qualidade das lavouras estadunidenses, até o dia 10/07 as mesmas estavam com 64% entre boas a excelentes, 26% regulares e 10% entre ruins a muito ruins. Por outro lado, 15% das lavouras estavam em fase de embonecamento. E no Brasil, os preços voltaram a ceder. A média gaúcha, no balcão, veio a R$ 81,99/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços oscilaram entre R$ 66,00 e R$ 83,00/saco. Na B3, a abertura do pregão da quinta-feira (14) indicava o contrato julho em R$ 82,61/saco; setembro em R$ 85,86; novembro em R$ 87,77; e janeiro em R$ 89,30/saco.

O avanço da colheita da segunda safra vem derrubando os preços. Especialmente porque se desenha uma safrinha recorde, mesmo com as perdas climáticas pontuais que ocorreram. A situação indica que, em algumas praças nacionais, os atuais preços são os mais baixos desde o início de 2021. Aqui no Rio Grande do Sul, se está quase lá, pois na segunda semana de fevereiro do ano passado o saco de milho registrou a média de R$ 79,30, enquanto o atual preço já está mais baixo do que o registrado na mesma época do ano passado, quando atingiu a R$ 84,47/saco em meados de julho/21.

Afora isso, a colheita da safrinha, no Centro-Sul brasileiro, vem avançando bem, tendo chegado a 40,5% da área até o dia 08/07, contra 58,7% na média histórica. O atraso se deve ao plantio mais lento devido a problemas climáticos em diferentes regiões produtoras do país. A produção da safrinha está prevista em 83,6 milhões de toneladas, sendo que, até o momento, 43% da mesma já estaria comercializado. Especificamente no Mato Grosso, 63,6% da produção de milho safrinha havia sido negociada até o mês de junho. Há certa lentidão na comercialização local, pois os produtores esperam terminar a colheita para decidir o restante das vendas, já que houve perdas climáticas. Além disso, tem-se recuo nos preços médios, com junho registrando R$ 65,75/saco, com queda de 5,6% sobre maio. 

Enquanto isso, no Paraná, segundo o Deral, 20% das lavouras de milho safrinha já estavam colhidas no início da presente semana, com 75% do restante em fase de maturação e 72% apresentavam boas condições, com apenas 7% ruins. No Mato Grosso do Sul, conforme a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul), 9% das lavouras estavam colhidas até o dia 08/07, ficando um pouco abaixo dos 10,5%, que é a média histórica no Estado para esta data. Cerca de 80% das lavouras estavam em boas condições na data indicada. Em termos de preço, a média de junho ficou em R$ 69,17/saco naquele Estado, ou seja, 19% abaixo do preço médio registrado um ano antes. 26% da nova safrinha está comercializado no Mato Grosso do Sul, com essa percentagem pouco se alterando nas últimas semanas. Já em Goiás, a produção da segunda safra de milho deve atingir a 8,3 milhões de toneladas em 2021/22. Este volume representa um aumento de 22,8% sobre o ano anterior.

A área plantada cresceu para 1,74 milhão de hectares, representando aumento de 5%. Ao mesmo tempo, também houve incremento da produtividade, de
17% sobre o ano anterior, com a mesma atingindo a 4.795 quilos por hectare na atual safra. O resultado deve contribuir para que a safra total de milho em Goiás alcance 10,2 milhões de toneladas, o que representa aumento de 20,7% em relação à safra anterior. Com este volume, Goiás deve ocupar o quarto lugar no ranking nacional de produtores de milho.

Pelo lado do comércio externo brasileiro, nos primeiros seis dias úteis de julho, o país exportou 953.345 toneladas de milho, o que representa 47,9% do total exportado em todo o mês de julho do ano passado. De janeiro a junho do corrente ano o Brasil exportou 6,4 milhões de toneladas de milho. (cf. Secex) Para julho, o total a ser exportado está sendo estimado em 5,38 milhões de toneladas, segundo a Anec. Esta  Associação estima que, em todo o atual ano comercial, o Brasil exporte 43 milhões de toneladas de milho. O preço atual de exportação está em US$ 300,10/tonelada, sendo 48,4% superior ao registrado um ano antes. Já pelo lado das importações de milho, o país comprou no exterior 63.395 toneladas nos primeiros seis dias úteis de julho. Com isso, adquiriu 43,9% de todo o milho importado em julho de 2021. O preço médio pago recuou 13,7%, em relação ao ano passado, ficando em US$ 222,70/tonelada.

Enfim, segundo a Abramilho, o Brasil pode começar a exportar milho para a China antes do final do ano. Em maio, a autoridade alfandegária da China finalizou um acordo para permitir a importação de milho brasileiro, preparando uma alternativa ao milho dos EUA, para substituir as importações da Ucrânia. Mas os embarques não começaram, pois estão em curso negociações para que a China aprove certos tipos de milho transgênico que os agricultores brasileiros já plantam com autorização da comissão brasileira de biossegurança CTNBio.

As informações são da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA

 

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