CI

Cotações do trigo em Chicago chegaram a bater em US$ 5,43/bushel

Trigo de inverno estadunidense estava semeado em 73% da área esperada


As cotações do trigo em Chicago chegaram a bater em US$ 5,43/bushel no início desta semana, porém, cederam posteriormente e fecharam a quinta-feira (31/05) em US$ 5,26/bushel, após US$ 5,30 uma semana antes.

Assim, após atingir a mais alta cotação em 10 meses, a realização de lucros derrubou parcialmente os preços em Chicago mais para o final da semana. Todavia, o mercado continua pressionado pela falta de chuvas que podem comprometer as safras do Canadá, Austrália, Rússia e mesmo parte dos EUA. Neste último caso, houve piora no desenvolvimento das lavouras em algumas regiões, porém, havia projeções de chuvas para as mesmas neste final de semana.

Dito isso, o trigo de inverno estadunidense estava semeado em 73% da área esperada, até o dia 27/05, contra a média histórica de 75%. As condições das lavouras já semeadas apresentavam 50% entre boas a excelentes, 35% regulares e 15% entre ruins a muito ruins. Quanto ao trigo de primavera, o plantio chegava a 91% da área, contra 89% na média histórica. 

No Mercosul, o valor da tonelada FOB para exportação oscilou entre US$ 250,00 e US$ 265,00, enquanto o produto da safra nova ficou cotado em US$ 200,00 na compra.

Já no Brasil os preços do trigo se mantiveram em elevação. A média gaúcha no balcão atingiu a R$ 41,00/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 51,00/saco. No Paraná, os lotes atingiram a valores entre R$ 60,00 e R$ 63,00/saco, enquanto o balcão ficou entre R$ 37,00 e R$ 43,00/saco. Já em Santa Catarina, os lotes, na região de Campos Novos, fecharam a semana na média de R$ 55,50/saco, enquanto o balcão girou entre R$ 38,00 e R$ 40,00/saco nas principais regiões produtoras. 

A greve dos caminhoneiros agravou a situação de abastecimento em algumas regiões, dentro de um contexto de pouca oferta de produto nacional. Há preocupações quanto ao abastecimento de trigo até a entrada da nova safra, em setembro, já que o Real voltou a atingir os R$ 3,73 por dólar, encarecendo as importações, somado ao fato de que o preço internacional do cereal está elevado.

Dito isso, o plantio no Paraná atingia a 68% da área no início desta semana, com 6% das lavouras em condições ruins, 24% regulares e 70% em bom estado. No Rio Grande do Sul o plantio chegava a apenas 5% da área, contra 12% na média para esta época do ano. Assim, nos dois principais estados produtores o plantio da atual safra de trigo está atrasado por questões climáticas diversas. No Rio Grande do Sul a demanda por sementes está abaixo do ano anterior, indicando igualmente uma possível redução de área semeada.

Uma nova quebra de safra, mesmo que menor em relação ao ano passado, irá potencializar os preços internos do cereal, especialmente se o câmbio continuar nos atuais níveis.

Assim, a forte quebra da safra passada, associada a uma área menor a ser semeada no corrente ano, com preços em Chicago e no Mercosul mais elevados, e ainda a forte desvalorização do Real (entre meados de março e o final de maio o mesmo perdeu cerca de 15% de seu valor em relação ao dólar), explicam as altas nos preços do trigo no momento. E as mesmas podem se manter até setembro, quando a nova colheita se iniciará. A partir daí será o volume e qualidade do produto colhido nacionalmente que definirá se o mercado continuará em alta ou sofrerá um recuo em seus preços. Vale alertar que, no curto prazo, com o fim da greve dos caminhoneiros, muitos moinhos terão que ir às compras para repor estoques, fato que pode pressionar ainda mais para cima os preços do trigo nacional.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.