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Cotações do trigo em Chicago voltaram a disparar

Mercado externo foi sustentado por notícias de clima ruim sofre as lavouras de trigo na Austrália


As cotações do trigo em Chicago voltaram a disparar, batendo em US$ 5,31/bushel no dia 23/05 e fechando a quinta-feira (24/05) em US$ 5,30, contra US$ 4,97/bushel uma semana antes.

O mercado externo foi sustentado por notícias de clima ruim sofre as lavouras de trigo na Austrália, onde a projeção de safra já foi reduzida, no Canadá e na Rússia. Por sua vez, nos EUA igualmente há problemas climáticos que atrasam o plantio e prejudicam a qualidade das lavouras já semeadas.

No Mercosul, a tonelada para exportação, na compra, se manteve entre US$ 250,00 e US$ 265,00, enquanto o produto da safra nova esteve cotado a US$ 200,00.

Já no Brasil, os negócios realizados principalmente no Paraná bateram em R$ 66,00/saco nos lotes no início da semana. Os preços de balcão ficaram entre R$ 37,00 e R$ 43,00/saco. No Rio Grande do Sul, o balcão registrou média semanal de R$ 40,18/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 51,00/saco na compra. Por sua vez, em Santa Catarina os lotes registraram R$ 55,50/saco na região de Campos Novos, enquanto o balcão variou entre R$ 38,00 e R$ 40,00/saco nas principais regiões produtoras.

Como já é largamente sabido, praticamente não há oferta de trigo nacional devido a forte quebra da safra passada. O pouco que existe chega ao mercado em pequenas quantidades, com os ofertantes procurando valorizar ao máximo o produto, não cedendo a pedidos de recuo nos valores. A revalorização do Real, muito parcial durante a semana, ajudou apenas a frear o movimento de alta interna, porém, não provocou ainda recuo nos preços. Daqui em diante, e até a nova colheita, a variação cambial no Brasil definirá o rumo dos preços do trigo.

Neste contexto, o clima pesa cada vez mais sobre o mercado, pois a chegada de geadas poderia causar algum prejuízo nas lavouras. Todavia, neste momento, as geadas são benéficas (o período mais crítico no Paraná será em fins de junho e julho, enquanto no Rio Grande do Sul será particularmente em setembro). Ótimas chuvas no Rio Grande do Sul no final da semana anterior auxiliaram na semeadura da nova safra, embora os produtores em geral continuem reticentes em plantar o cereal, pois os custos são muito elevados, os preços geralmente baixos na colheita e o clima normalmente não auxilia às lavouras.

Dito isso, é certo que todo e qualquer problema climático daqui em diante irá potencializar as altas nos preços do cereal nacional. Especialmente se o câmbio se mantiver nos atuais níveis, tornando caras as importações do produto.

Ainda em termos de clima, o calor e a falta de chuvas no Paraná e Rio Grande do Sul, até 10 dias atrás, já provocou prejuízos em muitas lavouras paranaenses, além de atrasar o plantio gaúcho em diversas localidades.

No curto prazo, os preços do trigo brasileiro continuarão sob influência de um forte viés de alta, havendo ainda a preocupação de que a nova safra brasileira entre atrasada no mercado devido aos fatores climáticos já citados. Este quadro já está repercutindo sobre os preços dos subprodutos do trigo, especialmente a farinha, potencializados pela grande greve dos caminhoneiros nesta semana, a qual paralisou quase que por completo o transporte em geral e do trigo e derivados em particular.
 

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