CI

Cotações do trigo em Chicago

As cotações do trigo, em Chicago, voltaram a ultrapassar o teto dos US$ 7,00/bushel nesta semana


Foto: Pixabay

As cotações do trigo, em Chicago, voltaram a ultrapassar o teto dos US$ 7,00/bushel nesta semana, fechando a quinta-feira (29), para o primeiro mês cotado, em US$ 7,05, contra US$ 6,92 uma semana antes. Este aumento se deve à redução na safra atual de trigo dos EUA, assim como a redução na qualidade das lavouras ainda a serem colhidas. De fato, enquanto a colheita do trigo de inverno atingia a 84% da área até o dia 25/07, contra 81% na média histórica, o trigo de primavera apresentava apenas 9% das lavouras com condições entre boas a excelentes. Outras 25% estavam regulares e 66% entre ruins a muito ruins, sendo que 3% do total havia sido colhido na data indicada

Por sua vez, as exportações atingiram a pouco mais de 477.960 toneladas na semana encerrada em 22/07, ficando o volume dentro das expectativas do mercado. No total, neste atual ano comercial 2021/22, iniciado em 1º de junho, os EUA exportaram 3,3 milhões de toneladas, ou seja, 19% menos do que em igual período do ano passado. Já na Argentina, o Ministério da Agricultura local informa que a área com grãos de inverno, neste ano, será recorde histórico, atingindo a 8,25 milhões de hectares, sendo 6,95 milhões em trigo e 1,3 milhão em cevada. O plantio de trigo atingiu a 96% da área esperada neste final de julho.  Enquanto isso, no Brasil, os preços do trigo continuaram subindo, puxados pelas perdas que vêm ocorrendo no Paraná, em particularmente, a partir das constantes geadas neste inverno. A média gaúcha, no balcão, fechou a semana em R$ 80,76/saco, enquanto no Paraná o produto ficou entre R$ 84,00 e R$ 88,00/saco. Enquanto no Rio Grande do Sul e boa parte de Santa Catarina o retorno das chuvas e as geadas beneficiam as lavouras neste momento, no Paraná o clima se mostra adverso. Muitas regiões registram quebras, porém, a intensidade das mesmas ainda está sendo avaliada. Em Santa Catarina, ao contrário, espera-se uma safra total de 290.000 toneladas, com aumento de quase 70% sobre a do ano anterior, segundo a Epagri.

O fato é que esta situação climática, que pode se reproduzir em agosto e se estender para os Estados mais ao sul do país, deixa o mercado cada dia mais preocupado. Assim, os preços do cereal sobem junto aos produtores, enquanto junto aos derivados as negociações de farelo de trigo seguem aquecidas, influenciadas pela maior demanda. No mercado de farinhas, por outro lado, a procura é considerada baixa, porém, alguns moinhos, na tentativa de repassar custos, elevam os preços. (cf. Cepea/Esalq)

Neste contexto geral, os preços do trigo, que podem sofrer alguma pressão de baixa a partir da colheita em setembro, tendem a voltar a subir logo em seguida caso a quebra nacional se confirme importante, especialmente no Paraná. Mas ainda é cedo para se tirar conclusões a respeito, já que as importações, diante de um Real mais valorizado, devem aumentar. Especialmente porque a Argentina elevou sua projeção de safra, apontando que a mesma possa chegar a 20,8 milhões de toneladas neste ano. Com isso, o governo local espera que o país exporte, em 2021/22, incluindo farinha de trigo, um total de 14 milhões de toneladas, superando o recorde de 2016/17. Deste total, entre 5,8 a 6 milhões de toneladas, apenas de grão de trigo, devem ser vendidas ao Brasil.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.