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Cotações do trigo mantiveram oscilações

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação oscilou entre US$ 250,00 e US$ 270,00.


As cotações do trigo em Chicago se mantiveram com importantes oscilações durante a semana, fechando a quinta-feira (14) quase rompendo o piso dos US$ 5,00/bushel ao concluir o dia em US$ 5,01, contra US$ 5,26/bushel uma semana antes.

A colheita do trigo de inverno nos EUA está mais avançada neste ano, atingindo 14% da área em 10/06, contra 10% na média histórica para esta data. As condições das lavouras que ainda faltavam ser colhidas eram de 50% entre boas a excelentes, 34% regulares e 16% entre ruins a muito ruins. Quanto ao trigo de primavera, as condições das lavouras indicavam 45% entre boas a excelentes, 35% regulares e 20% entre ruins a muito ruins.

Por sua vez, o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/06, manteve a projeção de produção dos EUA em 49,7 milhões de toneladas para 2018/19, enquanto os estoques finais estadunidenses ficaram em 25,7 milhões. Já a produção mundial de trigo foi reduzida para 744,7 milhões de toneladas, perdendo cerca de três milhões de toneladas em relação a projeção de maio. Os estoques finais mundiais foram aumentados para 266,2 milhões de toneladas, ganhando dois milhões de toneladas sobre maio. A produção da Argentina está projetada em 19,5 milhões de toneladas, com exportações de 14,2 milhões. Já o Brasil deverá colher 4,9 milhões de toneladas em 2018/19 (números bem aquém do que o mercado interno brasileiro espera), com importações ao redor de 7,5 milhões de toneladas.
O mercado externo foi sustentado pela redução na safra mundial, especialmente devido ao clima seco na Rússia e na Austrália. 

Ao mesmo tempo, as exportações líquidas de trigo estadunidense, na semana encerrada em 31/05, atingiram a 250.900 toneladas para o ano comercial 2018/19.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação oscilou entre US$ 250,00 e US$ 270,00.

Enquanto isso, no Brasil, a semana iniciou com baixa liquidez, ocasionada pelos custos dos fretes e a indefinição na tabela oficial de fretes. Mesmo assim, ainda há alguma disponibilidade do cereal nacional. Mesmo com a revalorização do Real, após a forte intervenção do Banco Central, os preços de importação do trigo continuam muito elevados, tornando competitivo o produto brasileiro, apesar da forte recuperação dos preços internos nas últimas semanas.

Neste momento, o mercado se volta ao comportamento do plantio e do clima sobre as regiões produtoras. Nesta semana a semeadura do cereal se aproximava dos 40% no Rio Grande do Sul, enquanto no Paraná a mesma caminhava em direção dos 87%. As geadas ocorridas nos últimos dias, e as novas projeções do fenômeno, por enquanto trazem benefícios às lavouras do sul brasileiro. No Paraná, o período crítico se dará especialmente a partir de meados de julho. Vale lembrar que o plantio está atrasado em boa parte do Paraná devido a seca ocorrida no período inicial do mesmo. Com isso, a entrada da nova safra poderá se dar apenas no final de setembro, tornando mais longo o período de preços elevados no mercado interno.

Enfim, é possível que, mesmo com a entrada de uma nova safra normal, os preços não venham a recuar muito caso o câmbio, no Brasil, continuar a manter o Real muito desvalorizado. Todavia, isto poderá ser temperado pela entrada da safra argentina a partir de dezembro, a qual promete ser importante no caso de clima positivo.

Dito isso, a semana terminou com a média gaúcha no balcão registrando o valor de R$ 41,07/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 54,00 e R$ 57,00/saco. Nas demais praças nacionais, o Paraná registrou lotes entre R$ 63,00 e R$ 72,00/saco, algo inimaginável há poucas semanas atrás. Já o balcão pagou entre R$ 41,50 e R$ 43,00/saco. Em Santa Catarina, os lotes ficaram ao redor de R$ 60,00/saco na região de Campos Novos, enquanto o balcão oscilou entre R$ 38,00 e R$ 40,00/saco nas regiões produtoras. Nota-se a defasagem importante entre os preços de balcão e dos lotes nos três Estados produtores, fato que se deve, dentre outras coisas, à importante falta de produto de qualidade superior, na esteira da frustrada safra do ano passado.

Contrariando os números do USDA, a iniciativa privada brasileira projeta que a nova safra nacional de trigo alcance 6,3 milhões de toneladas (1,4 milhão acima do projetado pelo relatório estadunidense de junho), enquanto as importações ficariam em 6,4 milhões, ou seja, 1,1 milhão a menos do que o projeto pelo governo dos EUA. Considerando apenas o Rio Grande do Sul, recentes dados divulgados pela Emater dão conta de uma redução de 3,35% na área cultivada com o cereal (nem mesmo a forte recuperação dos preços nas últimas semanas teria permitido a repetição da área do ano passado). Porém, em clima normal a mesma resultará em uma produção de 1,43 milhão de toneladas, ou seja, 16,7% acima da frustrada safra de 2017.
 

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