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Couro não é justificativa para alta dos preços dos calçados

Preços do couro continuam inferiores aos praticados no período pré-crise de 2008/09


Notícia recentemente veiculada pela imprensa atribui o aumento de 29% dos preços dos calçados 2010, “à disparada do valor do couro, que aumentou 50% na etapa de processamento industrial wet blue".

Tal informação não procede, de forma alguma, rebate o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Wolfgang Goerlich. “Os preços do couro neste ano apresentam comportamento estável, ocorrendo reajustes em casos pontuais, mas os preços continuam inferiores aos praticados no período pré-crise de 2008/09”, afirma o executivo.

“No biênio (2008/09), os preços do couro no mercado interno, na verdade, foram reduzidos, reflexo do impacto da queda abrupta da demanda mundial, conseqüência, por sua vez, da crise econômica que afetou os principais países compradores do produto nacional”, avalia Goerlich.

No mesmo período, no entanto, os fabricantes brasileiros de calçados, mesmo com o valor do couro barato, não reduziram seus preços e obtiveram lucros extras.

Para se ter uma idéia do impacto negativo da crise internacional, a indústria curtidora amargou uma queda de quase 40% em suas exportações em 2009, fechando o ano com embarques de US$ 1,16 bilhão e longe dos US$ 2,2 bilhões apurados em 2007.

A indústria brasileira do couro tem foco no mercado doméstico, que se encontra inteiramente saturado, e por conta deste aspecto, sobrevive exportando mais do que 50% da sua produção. Os preços dos calçados, portanto, deveriam ter recuado e não aumentado no período. Na verdade, sobra couro no mercado interno, razão pela qual as exportações brasileiras de couros subiram.

“Como o atual preço do couro continua inferior ao patamar praticado antes da crise, é absurdo procurar justificar eventuais aumentos praticados pela indústria de calçados pelo preço do couro”, diz o presidente do CICB, destacando que a sugestão de aplicação de imposto de exportação sobre o couro teria efeito perverso sobre o próprio mercado interno. “Não encontrando espaço para praticar qualquer aumento de preços sobre as exportações, o próprio mercado doméstico poderia passar a subsidiar os preços da exportação”, finaliza Goerlich.

As informações são da assessoria de imprensa do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil.

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