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Covid-19: frigoríficos são obrigados a fechar

Entidades do setor pedem medidas que não prejudiquem as unidades nem os funcionários


Foto: André Corrêa/ Arquivo Afagro

Na última sexta-feira (24) um frigorífico da JBS, em Passo Fundo (RS), foi interditado pelo Ministério Público do Trabalho do Estado (MPT-RS), por ter 19 casos confirmados de Covid-19. A unidade já teria afastado parte dos funcionários por suspeita da doença. Segundo o órgão haveria descumprimento das medidas de segurança, como o distanciamento de pelo menos 1,5 metro e a restrição à aglomeração de pessoas. Em nota a JBS informou que tem adotado todas as medidas para garantir a máxima segurança e prevenção de cada um dos colaboradores das suas fábricas. Ainda de acordo com o MPT grupos de funcionários testaram positivo em dois frigoríficos de Lajeado, o Minuano e a BRF e detecção de positivos em unidades de Garibaldi, Marau e Serafina Corrêa.

Na Serra Gaúcha, em Garibaldi, a equipe da vigilância epidemiológica visitou os frigoríficos, para verificar as condições de prevenção e enfrentamento à pandemia. A inspeção ocorreu no frigorífico JBS e no frigorífico Nicolini. 

Em Santa Catarina, a JBS teve diagnósticos de coronavírus em Ipumirim, enquanto a GTFoods se tornou foco em Paranavaí, no Paraná, que a empresa concordou em paralisar suas atividades voluntariamente, por 14 dias, após três óbitos relacionados à Covid-19.  

Em nota a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou que “antes mesmo do início da adoção da quarentena em vários estados de todo o país, as empresas associadas adotaram medidas preventivas necessárias para proteger e prevenir, ao máximo, o risco nas unidades de produção.

Essas medidas incluem o imediato afastamento de todos os colaboradores identificados como grupo de risco (com idade acima de 60 anos, doenças pré-existentes e outros), a intensificação das ações de vigilância ativa nas unidades frigoríficas e monitoria da saúde dos trabalhadores (com a verificação constante de temperatura), entre outras iniciativas”.

A Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) solicitou providências no que diz respeito à adoção de medidas para as atividades industriais fiscalizadas pela Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) da Secretaria da Agricultura (Seapdr). A preocupação da entidade leva em consideração não somente a saúde dos servidores que atuam nas plantas, mas também a saúde dos colaboradores das empresas e o abastecimento seguro à população gaúcha.

“Até o momento, não se tem conhecimento que tenha sido solicitado às indústrias registradas algum Procedimento Operacional Padrão (POP) ou medidas diferenciadas de produção e controle sanitário. Sabe-se, ainda, que diversos produtos sofrem grande manipulação, alguns não possuem embalagem obrigatória e são consumidos nas residências, sem qualquer tratamento térmico prévio”, diz o documento enviado neste domingo (26/4) ao diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Seapdr, Antonio Carlos de Quadros Ferreira Neto, e à chefe da DIPOA, Karla Prestes Pivato.

Na avaliação da Afagro, há diversos pontos dentro de uma indústria de produtos de origem animal, em especial aquelas com maior número de colaboradores, que merecem atenção, entre eles: vestiários, sanitários, refeitório e salas de produção (corte e desossa). Por serem locais fechados e de maior aglomeração, são lugares com potencial de disseminação do vírus, caso haja alguém infectado. Os servidores alertam que esta atividade industrial é uma das únicas que se mantém em funcionamento sem possuir qualquer regulamentação a respeito de controles sanitários específicos para a pandemia. 
 

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