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Crédito ao setor público está em alta

União toma empréstimos para garantir o superávit primário, diz especialista


Segundo especialistas, União toma empréstimos para garantir o superávit primário, enquanto estados e municípios vendem "títulos do orçamento"

O estoque de crédito tomado pelo setor público segue crescendo a todo vapor. Enquanto o setor privado amargou desaceleração diante do cenário econômico em que o País se encontra, União, estados e municípios registraram crescimento de 25,7% no saldo.

Dados do Banco Central apontam que o estoque de empréstimos do setor público saltou de R$ 140,6 bilhões em agosto do ano passado para R$ 176,7 bilhões no mesmo mês de 2014. Já o crédito ao setor privado, que inclui pessoa física e jurídica, aumentou 10,3%, passando de R$ 2,4 trilhões para R$ 2,6 trilhões no período.

A alta do setor público foi puxada pelos estados e municípios, que tiveram crescimento de 41,6% no saldo. No setor privado, por sua vez, os resultados vieram ancorados no crédito imobiliário (que registrou alta de 28,2% no período) e rural (alta 26,2%).

Superávit primário

Para o professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas Luiz Carlos Lemos, especialista em finanças, a alta do estoque de crédito do setor público se deve à redução da meta do superávit primário - economia de recursos feita para pagar os juros da dívida pública e reduzir o endividamento do governo.

Segundo Lemos, o governo está incluindo os juros da dívida no principal. "Como reduziu a meta, o governo está economizando menos, ou seja, tem menos dinheiro para pagar os juros. Assim, está renovando os empréstimos para cumprir a meta", avaliou.

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